segunda-feira, 27 de maio de 2019

POSSE DE TEREZINHA GUIMARÃES

Com a presença de acadêmicos e familiares e amigos de Teresinha de Jesus Santana Guimarães, a Academia de Letras do Noroeste de Minas realizou seu cerimonial de posse na noite de 24 de maio de 2019. Terezinha passou a ocupar oficialmente a Cadeira Nº 2, cujo patrono é Nestório de Paula Ribeiro, anteriormente ocupada por Eugênio Santana. A cerimônia foi dirigida por Florival Ferreira, sempre muito competente e espirituoso.


Público presente à cerimônia de posse de Terezinha de Jesus Santana Guimarães, em 24/5/2019.
Presentes à mesa estavam as acadêmicas Helen Pimentel, Presidente da ALNM, Coraci Silva Neiva Batista, Presidente Honorária da ALNM, e Eleusa Spagnuolo Souza, ao lado do Secretário de Cultura de Paracatu, Isac Costa Arruda, e da recepiendária Terezinha. No público, estavam presentes os acadêmicos Marcos Spagnuolo Souza, Maria Teresa Cambrônio, Maria do Socorro 'Help' e Márcio Santos.

Abrindo a cerimônia de posse, a Presidente da ALNM Helen Ulhoa Pimentel saudou todos os presentes, em especial a nova confreira Terezinha, e traçou breves comentários à atuação da Academia em suas atividades mais recentes, quando recepcionou cerca de 1000 alunos das escolas de ensino básico de Paracatu. Também destacou as comemorações dos 150 anos de nascimento de Afonso Arinos, cujas atividades contaram com as participações dos acadêmicos Terezinha Guimarães, Maria Tereza Cambronio, Benedita Costa, Eleusa Spagnuolo, Maria do Socorro 'Help', Daniela Prado, Maria Célia Gonçalves e José Ivan Lopes, pelo maravilhoso trabalho apresentado a estudantes de Paracatu, em diversos níveis de escolaridade.

Leia AQUI a saudação de Helen Pimentel.

Eleusa Spagnuolo de Souza foi a acadêmica indicada para saudar Terezinha. Com base em informações de sua mãe, descreveu sua infância, crescimento e luta, vencendo desafios que lhe trouxeram respeito e admiração de todos que encontrou nos caminhos da vida: "Percebe-se que, de limões, Teresinha costuma fazer muitas limonadas. Sempre guerreira, forte, audaz, responsável, honesta, dedicada e inteligente! Por onde passa, sempre deixa seu melhor", afirmou Eleusa.
Eleusa saúda a nova acadêmica Terezinha. Sentados, da esquerda para a direita, Florival Ferreira, Teresinha, Isac Arruda, Helen e Coraci.
Clique em AQUI para ler a saudação de Eleusa.


Terezinha assim proferiu seu discurso de posse:
"Estou muito feliz e sou muito grata pela presença de todos os membros da academia. Agradeço pela presença de meus familiares, aos quais responsabilizo como parte fundamental de minhas realizações, devido ao grande incentivo e encorajamento...
Caros amigos, obrigada não somente pela presença, mas pelo diário afeto.
Confesso que fui surpreendida pelo convite, pois conheço vários dos patronos, seus sucessores, suas respectivas histórias, o labor e seu grande legado!
Refleti muito sobre minha missão e responsabilidade para com essa instituição frente essa cadeira que me foi disposta, e prometo fazer jus aos que me elegeram para esta honraria.
Agradeço aos meus antepassados, a Paracatu, berço de minha infância e adolescência, terra que me acolheu e alimentou, inclusive com sonhos, aprendizados e realizações.
Para prestar homenagem ao patrono da cadeira 2 da Academia de Letras do Noroeste de Minas, Nestório de Paula Ribeiro e ao ocupante anterior, Eugênio Santana, peço a licença de todos para convidar a ilustre Vovó Teresa para entrarmos em algumas de suas histórias."
Para apresentar de uma forma teatral o patrono de sua cadeira, Terezinha foi se vestir de Vovó Teresa e encantou o público presente com sua performance.

Coraci Neiva Batista, Presidente Honorária da ALNM, faz a entrega do diploma à nova acadêmica.

Leia os textos que se referem ao patrono da Cadeira 2 e ocupante anterior. Clique em Nestório Ribeiro e em Eugênio Santana.
Teresinha pronuncia seu discurso de posse na Cadeira N.o 2 da Academia.

Ao final da fala de Teresinha, foi apresentada a todos uma mensagem em vídeo de sua filha Mariela, atualmente vivendo em Portugal. Mariela falou de sua gratidão pelo carinho e dedicação de sua mãe para dar a ela e a seus irmãos o melhor, dando-lhes apoio e respeitando seus sonhos, sem jamais esmorecer.

Na ocasião, também fez uso da palavra o Secretário de Cultura, Isac Arruda, que se desculpou pelas ausências nas celebrações da Academia, mas que fez questão de estar presente à posse de Terezinha, que serviu como funcionária pública municipal fiel e competente a Secretaria de Cultura, até a sua recente aposentadoria.
Terezinha ao lado de familiares.

Terminando o encontro da noite, foi servido um coquetel aos presentes, hora dos abraços e das conversas alegres e despretenciosas de um encontro de amigos.

quinta-feira, 23 de maio de 2019

CELEBRAÇÃO DOS 150 ANOS DE AFONSO ARINOS

O Sesquicentenário de Afonso Arinos foi comemorado em 2018, porém a ALNM não teve condições de levar a termo todas as atividades idealizadas. Em vista disso, decidiu-se em Assembleia que novos eventos deveriam acontecer no ano 2019, para que as comemorações fossem condizentes com a estatura de Afonso Arinos, o maior literato nascido em Paracatu e um dos maiores do Brasil.
O auditório da EE Antônio Carlos serviu de palco para as atividades comemorativas. No dia 21 de maio de 2019, às 7:40 da manhã, a presidente da ALNM Helen Pimentel abriu os eventos que se estenderam durante a “Semana dos 150 Anos de Afonso Arinos”, explanando brevemente sobre a vida e obra do autor. A seguir, anunciou a apresentação do conto “Assombramento”, do livro Pelo Sertão (1898), obra de estreia do autor mineiro Afonso Arinos (1868-1916), pela professora e historiadora Teresinha Guimarães e pela professora, educadora de arte e poetisa Maria Teresa Cambronio.
Trata-se de um raro conto fantástico brasileiro ambientado nos “sertões”, que também poderia ser elencado no gênero horror. O Assombramento conta a estória de um homem chamado Manuel Alves, o Cuiabano, que desafiou passar a noite num casarão de uma fazenda abandonada, em que todos que passavam pelo caminho, levando as tropas diziam que o lugar era mal-assombrado. Ele manda um companheiro armar a rede na sala da frente e, a noite, pega sua garrucha, uma binga, uma lamparina e vai para a casa cumprir a sua promessa. Passa por situações de muito pavor e valentia ao mesmo tempo, dentro dos cômodos da casa, lutando contra os fantasmas. Na verdade, a casa mal-assombrada da fazenda guardava um grande tesouro em moedas de ouro, dentro de um forno velho que acabou desabando em cima do tal Manuel Alves.
Os alunos das escolas Municipais Joaquim Adjuto (manhã) e CAIC (tarde), assistiram a encenação com muita atenção, porém volta e meia, quando apareciam cenas de suspense, faziam movimentos e gestos de espanto, juntamente com as atrizes. No final as crianças receberam moedas de ouro de chocolate e pedacinhos de rapadura. Professores e alunos se manifestaram falando que gostaram muito do aprendizado sobre Afonso Arinos.


As acadêmicas Maria Teresa Oliveira Melo Cambronio e Teresinha de Jesus Santana Guimarães durante a encenação de O Assombramento.



Ainda durante os eventos programados para a celebração de 150 Anos do Nascimento de Afonso Arinos, as acadêmicas Eleusa Spagnuolo Souza e Benedita Soares Costa desenvolveram um trabalho pedagógico com alunos do Ensino fundamental ll de escolas públicas.
No dia 22 de maio de 2019, o evento ocorreu na E.E. Antônio Carlos, em dois momentos:

7:40 às 8:40 - E.M. Cacilda Caetano (90 alunos – 6ª Série)
                      - E.E. Olindina Loureiro (60 alunos - 5ª Série)

13:40 às 14:40 - E.M. Cacilda Caetano (34 alunos - 6ª Série)
                         - E.E. Altina de Paula  (70 alunos - 8ª Série)




O trabalho foi dividido em duas partes. 
Na primeira parte deu-se conhecimento do sentido do evento, o que  motivou o mesmo, ressaltando a importância da inserção do jovem aluno na cultura de Paracatu. Foi apresentada uma ligeira biografia de Afonso Arinos, a análise de suas obras literárias mais importantes e que retratam a figura do caboclo sertanejo, seus costumes, seus valores, suas dores e alegrias. Foi ressaltado que são personagens convivência diária do escritor, de quando ele vinha passar as temporadas de férias com os familiares nas fazendas onde moravam. Afonso Arinos gostava de ficar conversando com os peões e ouvir suas histórias, nas quais ele se inspirou para compor grande parte de suas obras.








Na segunda parte os alunos tomaram conhecimento de um poema do autor, "Buriti perdido", retirado do livro de sua autoria: Pelos Sertões. 
Após leitura e interpretação do texto, com estudo de várias palavras e expressões usadas na época, os alunos, em grupos, selecionaram alguns parágrafos onde destacaram a forma de expressão do autor e como ele se aproxima do falar sertanejo, o que faz com que sua obra seja estudada e apreciada por vários críticos da literatura brasileira.
Com esse trabalho os alunos ficaram conhecendo um pouco da vida e da obra desse grande escritor brasileiro, filho de Paracatu, que engrandece e honra o nome da nossa cidade.
Para muitos alunos ficou clara a vontade de aprofundar no conhecimento da vida e obra de Afonso Arinos de Melo Franco.


No terceiro dia (23/maio) das atividades realizadas na Semana Afonso Arinos, foi apresentada a encenação de um esquete teatral pelas acadêmicas Daniela e Help. Tal encenação foi inspirada na narrativa própria do universo descrito e evidenciado no conto Pedro Barqueiro, de autoria do autor homenageado. 

As acadêmicas Daniela Prado e Maria do Socorro "Help" (da esquerda para a direita) encenam um esquete produzido pela Help, inspirado nos personagens de Afonso Arinos.

O texto foi escrito pela Help, e tem a ação de dois personagens, tropeiros que conduzem um numeroso rebanho de bois, de uma fazenda para outra. A cena dramatizada busca trazer os acontecimentos e a prosa típica dos dois personagens, no momento em que interagem entre si, na chegada em um rancho, onde seria o pouso para o pernoite. Nessa prosa, breves imagens do sertão mineiro são delineadas, com detalhes característicos do linguajar e dos costumes próprios daquele contexto.






Na cenografia do palco, objetos traduziam alguns costumes da época: cobertas de tear, bruacas, moringas de barro, canecas de alumínio, trempes e panelas de ferro.  Ao fundo, uma sonoplastia, com sons próprios da natureza: tropel de cavalos, galo cantando, chuva caindo, passarinhos, berrante, grilos e sapos coachando, envolviam o público em um apelo sensorial, resultando em sensação de pertencimento àquele contexto.