Em tempo de pandemia do Novo Coronavìrus, em quarentena resolvi fazer um
desafio pelo facebook. Convidei os amigos construírem comigo, um texto
coletivo. Iniciei o texto e com reticências pedi continuidade... Dei um prazo
de até meio dia do outro dia para a última participação, Tinha me esquecido por
algum motivo, de olhar as postagens. Lembrei-me já às 14h00min, mesmo assim
organizei o texto fazendo alguns ajustes e finalizei-o com minhas palavras
também. Coloquei o título para os amigos opinarem que nome teria. Eis o texto
coletivo!
Idealizadora: Maria Teresa Oliveira Melo Cambronio
TEXTO COLETIVO- Ressignificando Momentos
O vento batia levemente em meu rosto ainda molhado pela fina garoa que
caia naquela tarde de domingo. Sentada no banco da pracinha percebi ao longe
uma pessoa que caminhava lentamente em companhia de um cão. Usava um sobretudo
escuro e calça Jeans.
Por ali passavam vários carros, motos, ônibus e outros automotores. Vi
que a pessoa usava luvas brancas. Uma máscara cobria-lhe o nariz e a boca. Um
olhar atento à movimentação fazia com que se distanciasse das demais. Um
sorriso brejeiro e suor na testa estampava certo receio de se aproximar dos que
por ali passavam.
E eu continuava imaginando quando tudo acabaria e voltaria ao normal, mas,
percebi que, para mim a situação já estava bem melhor, pois com certeza não me
encontrava em um hospital entubada, e sim sentada em uma praça apreciando e
deliciando o como era bom estar bem e poder apreciar tamanha beleza de tudo à
nossa volta. Nunca foi demais agradecer com a contemplação ao nosso pai, a sua
perfeição até mesmo na dor. Logo veio algo aos meus olhos, lágrimas e mais
lágrimas!
Ah! O abraço que saudades! Sentar no banco da praça e olhar tudo bem a
minha volta e quantas pessoas se abraçando ao se encontrarem quanto tempo não
via esse gesto de afeto, aquele que muitas vezes, não demos a verdadeira
importância.
Eu percebi então que, o banco da praça, a brisa, o cachorro, caminhada e
o vento significavam a nossa liberdade! Aquela que tanto sonhamos; de sairmos
das nossas casas, visitarmos nossas famílias e sentirmos a brisa fresca. Nesse
momento percebi o como era importante o encontro e o reencontro.
Parece que no banco da praça, observando a natureza, percebi a
importância da nossa família, dos nossos verdadeiros amigos.
De repente senti o meu coração bater mais forte quando vi ao longe que a
pessoa usando o sobretudo escuro era uma amiga que há muito tempo não via.
Fiquei feliz, por vê-la bem! A vontade de ir até ela e dar-lhe um grande abraço
era enorme, mas simplesmente acenei com uma das mãos. Pensei na situação e me
questionei: por qual motivo ficamos sem uma irmos ao encontro da outra, quando
podíamos ficar aqui, no banco mesmo, colocando os assuntos em dia.
Após acenar para ela contemplei o céu e agradeci ao Pai por aquele
momento, refletindo sobre como era bom ter amigos que se preocupavam com o
outros que estavam perto e ao mesmo tempo, tão distante, pois o único recurso
era encontrá-los através dos meios midiáticos. Contudo entendi que no momento
era o que dispunha e por isso vou aproveitá-los da melhor forma possível,
estreitando meus laços e Intensificando minhas orações, o amor ao próximo e ser
grato a cada dia que podia ter o prazer de sentar na praça e sentir a brisa.
A vontade de abraçar era tão grande, mas infelizmente os dias não eram
propícios, elevei os pensamentos a Deus e agradeci pela oportunidade de viver
mais aquele momento, de refletir que éramos todos frágeis e que viemos a este
mundo para sermos irmãos e também solidários, amando e respeitando cada um,
sabedores que o verdadeiro dono do mundo é Nosso Senhor Jesus Cristo! Logo após
a reflexão atravessei a avenida e fui para a fila da sorveteria, com as devidas
precauções de distanciamento, pois estava com muita vontade de tomar um
delicioso sorvete da Fruta Cor. Logo depois de escolher meu sabor predileto, me
retirei e voltei a sentar naquele banco novamente sentindo aquela brisa no
rosto sentindo também uma mão me tocando, Num olhar rápido virei para olhar
quem seria não vi ninguém! Levantei e com pequenos passos, tomando o meu
saboroso sorvete fui para casa pensando... Será que era a mão de Deus que me
tocou? Voltei a curtos passos. Ao chegar à porta parei olhei para o céu, nele
estava escrito; hoje lhe toquei para lhe mostrar que onde você estiver estarei
contigo. Confie em mim. Ao adentrar em minha casa, fiquei pensando naquele
toque e com um suspiro de alívio me aquietei um pouco! Ouvi uma voz bem
distante dizendo assim: _ Como coloquei também tirarei o virus!
Depois de uma boa higienização em mim e na casa, veio uma vontade imensa
de dar um caloroso abraço em todos, porque amar era a única forma de agradecer
ao toque de um Deus onipotente, em um momento sublime de afagos e de extrema
satisfação! Elevei meus olhos aos céus e pedi a Jesus que tivesse misericórdia
do povo dos lugares mais atingidos pela pandemia; que todos se curassem e
voltassem ao normal ritmo de vida!
Como cria que isso aconteceria!
Em fim ponderei que, após aquele momento tão sublime de liberdade, me
senti muito mais forte para enfrentar a pandemia do coronavírus que nos
assolava! Sei que ele estava cumprindo seu papel, mas sabia ainda, que além de
mim, todos os que participaram na construção do texto coletivo e os que não
participaram, adquirimos grande aprendizado em tempos de guerra de Covid-19.
Aprendemos que nosso lar era o lugar mais seguro, aprendemos a economizar,
reutilizar as coisas, cuidarmos mais da saúde e amarmos nossos semelhantes,
além do que já amávamos. Isso sempre foi louvável!
Autores: Maria Teresa O M Cambronio,Nubia Andre, Divina Neiva, Maria Da
Luz Ulhoa Monteiro, Valeria Oliveira Melo Gomes, Celma De Melo Franco Ehlers,
Denise Antônia Santana, Ana Laura
Santana de Miranda, Terezinha Franco,
Claudinara Pinheiro, Lindalva De Oliveira Melo Silva, Milena Oliveira Melo
Borges, Quellen Melo, Teresa Cristina De Souza, Hamilton Batista Coelho, Ana
Djenira, Rosana Santos, Marli Maria, Jovanda Silva Rocha, Joana Darc Ferreira,
Elenita Dos Anjos Resende, Walkíria Pimentel Barbosa Faria, Bernadete Neiva
Caetano de Souza, Glaucia Damasceno, Glaucia Nascimento Souto, Taluana Carvalho.
Paracatu 04/05/2020
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