quinta-feira, 7 de maio de 2020

RESSIGNIFICANDO MOMENTOS


Em tempo de pandemia do Novo Coronavìrus, em quarentena resolvi fazer um desafio pelo facebook. Convidei os amigos construírem comigo, um texto coletivo. Iniciei o texto e com reticências pedi continuidade... Dei um prazo de até meio dia do outro dia para a última participação, Tinha me esquecido por algum motivo, de olhar as postagens. Lembrei-me já às 14h00min, mesmo assim organizei o texto fazendo alguns ajustes e finalizei-o com minhas palavras também. Coloquei o título para os amigos opinarem que nome teria. Eis o texto coletivo!
Idealizadora: Maria Teresa Oliveira Melo Cambronio

TEXTO COLETIVO- Ressignificando Momentos

O vento batia levemente em meu rosto ainda molhado pela fina garoa que caia naquela tarde de domingo. Sentada no banco da pracinha percebi ao longe uma pessoa que caminhava lentamente em companhia de um cão. Usava um sobretudo escuro e calça Jeans.

Por ali passavam vários carros, motos, ônibus e outros automotores. Vi que a pessoa usava luvas brancas. Uma máscara cobria-lhe o nariz e a boca. Um olhar atento à movimentação fazia com que se distanciasse das demais. Um sorriso brejeiro e suor na testa estampava certo receio de se aproximar dos que por ali passavam.

E eu continuava imaginando quando tudo acabaria e voltaria ao normal, mas, percebi que, para mim a situação já estava bem melhor, pois com certeza não me encontrava em um hospital entubada, e sim sentada em uma praça apreciando e deliciando o como era bom estar bem e poder apreciar tamanha beleza de tudo à nossa volta. Nunca foi demais agradecer com a contemplação ao nosso pai, a sua perfeição até mesmo na dor. Logo veio algo aos meus olhos, lágrimas e mais lágrimas!

Ah! O abraço que saudades! Sentar no banco da praça e olhar tudo bem a minha volta e quantas pessoas se abraçando ao se encontrarem quanto tempo não via esse gesto de afeto, aquele que muitas vezes, não demos a verdadeira importância.

Eu percebi então que, o banco da praça, a brisa, o cachorro, caminhada e o vento significavam a nossa liberdade! Aquela que tanto sonhamos; de sairmos das nossas casas, visitarmos nossas famílias e sentirmos a brisa fresca. Nesse momento percebi o como era importante o encontro e o reencontro.

Parece que no banco da praça, observando a natureza, percebi a importância da nossa família, dos nossos verdadeiros amigos.

De repente senti o meu coração bater mais forte quando vi ao longe que a pessoa usando o sobretudo escuro era uma amiga que há muito tempo não via. Fiquei feliz, por vê-la bem! A vontade de ir até ela e dar-lhe um grande abraço era enorme, mas simplesmente acenei com uma das mãos. Pensei na situação e me questionei: por qual motivo ficamos sem uma irmos ao encontro da outra, quando podíamos ficar aqui, no banco mesmo, colocando os assuntos em dia.

Após acenar para ela contemplei o céu e agradeci ao Pai por aquele momento, refletindo sobre como era bom ter amigos que se preocupavam com o outros que estavam perto e ao mesmo tempo, tão distante, pois o único recurso era encontrá-los através dos meios midiáticos. Contudo entendi que no momento era o que dispunha e por isso vou aproveitá-los da melhor forma possível, estreitando meus laços e Intensificando minhas orações, o amor ao próximo e ser grato a cada dia que podia ter o prazer de sentar na praça e sentir a brisa.

A vontade de abraçar era tão grande, mas infelizmente os dias não eram propícios, elevei os pensamentos a Deus e agradeci pela oportunidade de viver mais aquele momento, de refletir que éramos todos frágeis e que viemos a este mundo para sermos irmãos e também solidários, amando e respeitando cada um, sabedores que o verdadeiro dono do mundo é Nosso Senhor Jesus Cristo! Logo após a reflexão atravessei a avenida e fui para a fila da sorveteria, com as devidas precauções de distanciamento, pois estava com muita vontade de tomar um delicioso sorvete da Fruta Cor. Logo depois de escolher meu sabor predileto, me retirei e voltei a sentar naquele banco novamente sentindo aquela brisa no rosto sentindo também uma mão me tocando, Num olhar rápido virei para olhar quem seria não vi ninguém! Levantei e com pequenos passos, tomando o meu saboroso sorvete fui para casa pensando... Será que era a mão de Deus que me tocou? Voltei a curtos passos. Ao chegar à porta parei olhei para o céu, nele estava escrito; hoje lhe toquei para lhe mostrar que onde você estiver estarei contigo. Confie em mim. Ao adentrar em minha casa, fiquei pensando naquele toque e com um suspiro de alívio me aquietei um pouco! Ouvi uma voz bem distante dizendo assim: _ Como coloquei também tirarei o virus!

Depois de uma boa higienização em mim e na casa, veio uma vontade imensa de dar um caloroso abraço em todos, porque amar era a única forma de agradecer ao toque de um Deus onipotente, em um momento sublime de afagos e de extrema satisfação! Elevei meus olhos aos céus e pedi a Jesus que tivesse misericórdia do povo dos lugares mais atingidos pela pandemia; que todos se curassem e voltassem ao normal ritmo de vida!

Como cria que isso aconteceria!

Em fim ponderei que, após aquele momento tão sublime de liberdade, me senti muito mais forte para enfrentar a pandemia do coronavírus que nos assolava! Sei que ele estava cumprindo seu papel, mas sabia ainda, que além de mim, todos os que participaram na construção do texto coletivo e os que não participaram, adquirimos grande aprendizado em tempos de guerra de Covid-19. Aprendemos que nosso lar era o lugar mais seguro, aprendemos a economizar, reutilizar as coisas, cuidarmos mais da saúde e amarmos nossos semelhantes, além do que já amávamos. Isso sempre foi louvável!

Autores: Maria Teresa O M Cambronio,Nubia Andre, Divina Neiva, Maria Da Luz Ulhoa Monteiro, Valeria Oliveira Melo Gomes, Celma De Melo Franco Ehlers, Denise Antônia Santana,  Ana Laura Santana de  Miranda, Terezinha Franco, Claudinara Pinheiro, Lindalva De Oliveira Melo Silva, Milena Oliveira Melo Borges, Quellen Melo, Teresa Cristina De Souza, Hamilton Batista Coelho, Ana Djenira, Rosana Santos, Marli Maria, Jovanda Silva Rocha, Joana Darc Ferreira, Elenita Dos Anjos Resende, Walkíria Pimentel Barbosa Faria, Bernadete Neiva Caetano de Souza, Glaucia Damasceno, Glaucia Nascimento Souto, Taluana Carvalho.

Paracatu 04/05/2020

Nenhum comentário:

Postar um comentário