quinta-feira, 21 de setembro de 2017

BIOGRAFIA DE ALONSO GARCIA ADJUTO

Patrono da Cadeira 37

Marcos Spagnuolo Souza

A nossa história inicia com o Dr. Francisco Garcia Adjuto que nasceu em 16 de Janeiro de 1787, batizado na Igreja de Santa Engrácia, Lisboa, Portugal. Bacharelou-se em Direito Canônico pela Universidade de Coimbra em 1809. A partir de então exerceu cargos no judiciário de Lisboa no decorrer da década de 1810. No dia 13 de maio de 1821, foi nomeado Ouvidor Geral de Vila Rica (Ouro Preto). A 12 de outubro de 1826 é nomeado Ouvidor da Vila de Paracatu do Príncipe, tomando posse no início de 1827. Casou com Gertrudes de Oliveira Campos em 1828. União de uma nobreza portuguesa com possuidores de grandes extensões de terra no Brasil, a família Campos, pois, Gertrudes de Oliveira Campos, casada com o velho ouvidor, era neta de Inácio de Oliveira Campos que era neto do bandeirante Antônio Rodrigues Velho e Joaquina Bernarda de Abreu Campos a lendária Joaquina de Pompeu, latifundiária e suas terras abrangiam a região hoje compreendidas pelos municípios de Pompéu, Pitangui, Paracatu, Abaeté e Dores de Indaiá.
No ano de 1839 o Dr. Francisco Garcia Adjuto foi nomeado Juiz de Direito substituto pela Câmara Municipal de Paracatu, permanecendo até 1842. Com o surgimento da Revolta Liberal em Minas Gerais, os adeptos do Partido Liberal, em maioria na Câmara Municipal de Paracatu, o confirmaram no cargo de Juiz de Direito interino da Comarca. A partir daí, com a derrota dos Liberais, e o seu consequente afastamento do cargo, não se obteve mais informações sobre o velho Ouvidor. Da união de Dr Francisco Garcia Adjuto com Gertrudes de Oliveira Campos nasceu o Capitão Francisco Garcia Adjuto em 1829 e Ignácio Garcia Adjuto em 1830.
O filho do antigo Ouvidor de Paracatu o Capitão Francisco Garcia Adjuto casou com sua prima Ana Cornélia de Abreu falecida em 1918. Dessa união nasceram seis filhos, sendo eles: Josefina Garcia Adjuto; Gabriela Garcia Adjuto; Coronel Rodolfo Garcia Adjuto; Capitão Francisco Garcia Adjuto; Alonso Garcia Adjuto; Amélia Garcia Adjuto; Júlia Garcia Adjuto.
Centramos a nossa pesquisa em Alonso Garcia Adjuto. Ele nasceu e foi batizado na freguesia de Santana dos Alegres (atual João Pinheiro), distrito de Paracatu, no ano de 1863. Iniciou os seus estudos na terra natal e logo depois foi estudar no Seminário Arquidiocesano Sagrado Coração de Jesus de Diamantina, situado no largo Dom João que foi fundado no dia 12 fevereiro de 1867 pelos padres Lazaristas. No ano de 1881 matriculou-se na Escola Politécnica do Rio de Janeiro onde estudou durante um ano. A Escola Politécnica possui sua origem direta na Academia Real Militar fundada em 4 de dezembro de 1810 pelo Príncipe Regente, futuro Rei D. João VI, posteriormente foi denominada Escola Nacional de Engenharia, sendo atualmente a Escola de Engenharia da UFRJ. Transferiu-se para a escola de Medicina e, durante 04 anos, cursou os estudos médicos. Abandonou o curso de Medicina para estudar as línguas clássicas e modernas. Ingressou na Faculdade de Direito, bacharelando-se, dedicando-se também ao estudo de filosofia.
Alonso casou com Carolina Eliza de Souza Adjuto.  A respeito desse casamento, o senhor José Maria Porto Adjuto (Zé do Bamba), representante da terceira geração  do irmão de Alonso Garcia Adjuto (Rodolfo Garcia Adjuto)  nos conta que circula na História da Família que: “Alonso estava em um bonde no Rio de Janeiro e em sua frente sentou uma jovem que em determinado ponto desceu do bonde e entrou em sua casa, fato que foi acompanhado por Alonso. Logo depois Alonso bate na porta da casa da jovem sendo atendido pelo pai da moça. O jovem perguntou se ele era o progenitor daquela donzela recebendo resposta afirmativa, então Alonso disse que estava ali para pedir a mão da moça em casamento. O pai entrou e disse a moça que na porta da casa estava um rapaz que a pedia em casamento e ela imediatamente respondeu que aceitava”. Poucos dias (15 de junho de 1892) os dois casaram no Outeiro da Gloria, Rio de Janeiro. Dessa união nasceu Eugênia Adjuto Porto que casou em 20/06/1918 com o médico Mário Faustino Porto, natural do Recife, filho do comendador José Faustino Porto, abolicionista, político, industrial e professor de Inglês no Ginásio Pernambucano, em Recife.
O Jornal Liberal Mineiro de 1882, edição37 publica o resultado dos exames perante a delegacia especial da instrução primária e secundária do município da corte, conforme o aviso do ministério dos negócios do império de 28 de janeiro do corrente ano foi aprovado com distinção Alonso Garcia Adjuto para lecionar Português.

Na República foi nomeado professor de grego do externato no Ginásio Nacional, sendo que o referido ginásio era o Colégio de Pedro II, hoje Colégio Pedro II que entre os anos de 1890 a 1910, em razão da proclamação da República, teve seu nome modificado para Ginásio Nacional, numa tentativa de estabelecer uma nova memória para instituição que não estivesse ligada ao imperador D. Pedro II.
O colégio foi criado em 1837, como parte do projeto do império de constituir uma nacionalidade, em meio à ocorrências da revoltas nas províncias brasileiras. Os alunos ao concluírem o curso recebiam o título de bacharel em letras, privilégio reservado apenas aos estudantes do Colégio de Pedro II, e assim podiam ter acesso direto aos cursos superiores.
O ministro da Justiça do império, Bernardo Pereira de Vasconcelos, abordou a importância de o Brasil possuir, uma instituição de ensino capaz de prover uma formação intelectual comparável à dos melhores colégios europeus. Vasconcelos fez questão de ressaltar que os professores sendo indivíduos dotados de vasto saber teriam a responsabilidade na formação dos futuros membros dos quadros políticos e administrativos do império como também na aquisição e na consolidação do prestígio da primeira instituição pública de ensino secundário do Brasil. Normalmente selecionados entre os membros da comunidade letrada do império, os primeiros grupos de professores do colégio frequentavam os principais círculos intelectuais e culturais do Brasil.

Mesmo diante da alta importância do Colégio de Pedro II os salários dos professores eram considerados aviltantes para a época, sendo que, também ocorria diferenças salarias entre os professores que ministravam as mesmas matéria e possuíam a mesma quantidade de horas/aula. O requerimento do professor de francês, Francisco Maria Piquet, datado de 2 de janeiro de 1843, descreve o descontentamento dos docentes com o salário de 500$000 réis anuais frente à existência de professores de outras cadeiras que davam menos lições, no entanto tinham um ordenado superior a muitos outros professores.

No decorrer do século XIX, o acesso ao quadro docente do Colégio de Pedro II se deu por duas vias principais: a nomeação ou o concurso. Alguns professores concursados e nomeados foram considerados figuras de destaque na trajetória histórica da instituição no século XIX e início do século XX, sendo eles: 1: Manuel de Araújo Porto Alegre e o Barão de Santo Ângelo foram professores de Desenho.  A primeira caricatura publicada no Brasil foi uma charge política de autoria de Manuel de Araújo Porto Alegre, em 1836, durante o período regencial sendo lembrado como o pioneiro da caricatura brasileira. 2) Barão Homem de Mello , professor de História Geral, cartógrafo ilustre e político, político, ministro do Império. 3) Aureliano Pimentel foi reitor do externato, leccionou português e literatura. 4) Alfredo Moreira Pinto, foi professor de Geografia e História, autor do dicionário geográfico do Brasil 5) Capistrano de Abreu, grande historiador. 6) Frei Camillo de Monserrate, foi professor ilustre de História e Geografia e Diretor da Biblioteca Nacional. 7) Arthur Higgins foi professor de ginástica; inventor nacional com numerosas patentes. 8) Floriano de Brito, professor de Francês e foi também político, deputado federal. 9) Raymundo de Farias Brito professor de Logica 10) Euclydes da Cunha professor de filosofia. 11) Silva Ramos professor emérito de Português, poeta, filólogo, primoroso estilista, membro da Acadêmica Brasileira. 12) Gonçalves Dias o nosso maior poeta, foi professor de latim. O elo que unia todos esses professores eram os livros e muitos deles eram escritores, jornalistas e autores de livros didáticos.

Entre todos esses eminentes professores que fizeram a História da Educação no Brasil está Alonso Garcia Adjuto, professor de grego erudito e sábio. O nome Alonso Garcia Adjuto está salientado em vários artigos e revistas entre as primeiras gerações de professores, caracterizados como notáveis homens de saber, que atuaram no Colégio de Pedro II.

Alonso Garcia Adjuto faleceu no dia 05 de dezembro de 1897. A Gazeta de Notícias publicou no dia 06 de dezembro de 1897 que faleceu no dia anterior, depois de rápida enfermidade que o vitimou em pouco mais de vinte e quatro horas. Foi enterrado logo após ao seu falecimento, não permitindo a seus amigos dar-lhes a prova extrema do alto apreço e estima em que era tido. Salientamos que provavelmente a morte de Alonso Garcia Adjuto tenha ocorrido devido a uma das doenças contagiosas pela qual a população do Rio de Janeiro era submetida. São inúmeros os relatos de morbidade e mortalidade por tuberculose no Rio de Janeiro, especialmente na área urbana. Em meados do século XIX a doença que mais matava no Rio de Janeiro era, justamente,  a tuberculose, sendo seguida pela Febre Amarela, Peste Bubônica e Varíola. A historiadora Maria Luiza Marcílio comentando sobre a mortalidade e morbidade da cidade do Rio de Janeiro no século XIX salienta que “chega a ser difícil para nós hoje entender como faziam para viver as pessoas do Rio de Janeiro face às múltiplas doenças infectocontagiosas e epidêmicas que as atacavam conjuntamente, a cada ano. A partir da segunda metade do século XIX, por exemplo, de acordo com as declarações do médico da época Dr. Pereira Rego, 50 epidemias atingiram a população da cidade”.

Em síntese, ficou evidente que muito pouco conhecemos em termos de historiografia sobre Alonso Garcia Adjuto e o apresentamos dentro do que foi possível dele colher, a título de informação, não significando a sua diminuição dentro do contexto histórico. Nasceu na cidade de João Pinheiro no ano de 1863, iniciou seus estudos em sua cidade natal, posteriormente foi estudar na condição de interno no seminário de Diamantina. Realçamos que a única maneira de avançar nos estudos em Minas Gerais era, justamente matricular-se em um seminário que destinava não somente aos indivíduos que almejava se tornar padres, mas também a todos aqueles que tinham condições financeira privilegiada para usufruir de tal ensino. Terminando os estudos, que  atualmente se refere ao ensino médio, matriculou-se na escola de medicina na cidade do Rio de Janeiro, transferindo-se posteriormente para o curso de direito. Dedicou-se imensamente aos estudos dos idiomas clássicos principalmente o grego. Na República foi nomeado professor de grego do externato no Ginásio Nacional, sendo que o referido ginásio era o Colégio de Pedro II, hoje Colégio Pedro II . Lecionou, aproximadamente, durante quinze anos. Durante esse período foi um professor dedicado, tanto que na comemoração acerca das primeiras gerações  de professores do Colégio Pedro II, publicado na Revista da Semana,  o nome de Alonso Garcia Adjuto é realçado  como estando entre os gloriosos professores da nação brasileira. Faleceu no dia 5 de dezembro de 1897 de uma enfermidade que o vitimou em menos de quatro horas, provavelmente, a causa de sua morte foi a tuberculose.

Podemos dizer que a vida de Alonso Garcia Adjuto foi caracterizada pelo magistério, que naquela época, os professores eram pessoas de grande importância no universo acadêmico. Alonso viveu para estudar e ensinar, para compartilhar conhecimento, indicando caminhos para as pessoas crescerem, e para isso, criou vínculos, se aproximou e compreendeu o outro. Morreu ainda jovem, com a idade de 34 anos, mas deixou conhecimentos na consciência das pessoas e mostrou a necessidade de centralizar nos seus objetivos, conseguindo ser um eminente professor do Colégio Dom Pedro II. A lembrança de um emérito professor, nos leva hoje, 154 anos depois do seu nascimento a homenageá-lo na Academia de Letras do Noroeste Mineiro.

Bibliografia Consultada

Jornal Liberal Mineiro. Ed 37 de 28 janeiro de 1882. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/Hotpage/HotpageBN.aspx?bib=248240&pagfis=107&url=http://memoria.bn.br/docreader#. Acesso em 19 julho 2017.
MELLO, Oliveira. Vidas e Vozes: no caminho da história. Paracatu: Ed de Faculdade Finon, 2015.
MARCILIO, Maria Luiza. MORTALIDADE E MORBIDADE DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO IMPERIAL. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/viewFile/18689/20752. Acesso em 11 julho 2017.
PATROCLO, Luciana Borges; Lopes, Ivone Goulart; CRAVO, Regina Lucia Ferreira. Revista da Semana: Verdadeiras glórias nacionais: a memória acerca das primeiras gerações de professores do Colégio de Pedro II. Disponível em http://www.rbhe.sbhe.org.br/index.php/rbhe/article/viewFile/836/pdf_80. Acesso em 19 julho 2017.
ROCHA, Eduardo: Necrologia – Dr Alonso Garcia Adjuto. Disponível em http://araposadachapada.blogspot.com.br. Acesso em 19 julho 2017.

ROCHA, Eduardo: Necrologia – Dr Alonso Garcia Adjuto. Disponível em https://araposadachapada.blogspot.com.br/2007/05/ouvidor-francisco-garcia-adjuto.html. Acesso em 01 Setembro 2017.

GERALDO SERRANO NEVES - VIDA E OBRA

Pela acadêmica Benedita dos Reis Soares Costa

Geraldo Serrano Neves nasceu em S. João Nepomuceno, MG em 20 de julho de 1907. Era filho de José Gonçalves Neves e Maria José Serrano Neves. Era irmão do jurista Serrano Neves.
Casado com Irene Scaldini Neves, teve dois filhos: Frederico Serrano Neves e Paulo Maurício Serrano Neves.
Fez os seus primeiros estudos na sua terra natal, de onde saiu, ainda jovem, para cursar o Ensino superior, em Belo Horizonte, onde se formou em Advocacia.
Serrano Neves, como passou a ser conhecido, chegou em Paracatu em 1946 para ocupar a Promotoria Pública, para a qual ele tinha sido nomeado.
Veio trazendo os dois filhos ainda pequenos e se hospedou na então conhecida Pensão de Iaiá, que ficava na R. Samuel Rocha, no centro da cidade. Aí ele morou, com os dois filhos, por vários anos, até adquirir uma casa grande com quintal no Largo do Santana, um pouco abaixo da “Barriguda”, grande árvore que enfeitava o local.
Pessoa culta, de alma simples e boa convivência, não foi difícil se adaptar às condições da vida nova que assumira, tornando-se paracatuense, por adoção.
Integrou-se definitivamente à vida social da cidade participando dos eventos, para os quais era convidado. Era comum vê-lo rodeado de amigos na porta da pensão, onde morava, ou em algum outro lugar aonde ia para encontrá-los.
Desempenhou as funções próprias do cargo que exercia com sabedoria e retidão de caráter.
Serrano Neves adoeceu em Paracatu e foi para Belo Horizonte a procura de melhores recursos médicos, mas veio a falecer em 27 de julho de 1961. Quis ser sepultado em Paracatu, terra que o acolheu com carinho e que ele muito amou e adotou como sua. Sua terra e seus amigos prantearam sua partida, acolheram-no e o abrigaram em seu seio, para sempre. 
Gostava de futebol. Torcedor do Santana Esporte Clube, chegou a participar de sua diretoria como presidente. Participou do projeto de construção do que é, hoje, o Estádio Paulo Brochado. O carnaval contava, também com sua presença. Interessante notar que, conforme informação de seu filho Paulo Maurício, ele gostava, mesmo, era de ir à matinê brincar o carnaval com a criançada. Levava rolos de serpentina para jogar no salão e animar os pequenos foliões. Era comum, também, vê-lo, aos domingos, no prado para assistir as corridas de cavalo.
Era romântico, e, como tal, gostava de música, de bar, de conversar com os amigos. Romântico, sem ser boêmio. Mas gostava de música boêmia: Angústia, Fascinação, Boemia. Músicas  de Nelson Gonçalves, Vicente Celestino Bienvenido Granda, Lucho Gatica, Miguel Acervus Merrye, e outros.
Era escritor. Como advogado escreveu Teoria da Improvisão e cláusula rebus sic statitibus, publicado em 1956. Em acabamento ele tinha Dicionário de Jurisprudência, Legislação e Doutrina e estava preparando outro - Do Cheque.
Foi correspondente do semanário paracatuense A Tribuna de Paracatu, onde publicou vários artigos de sua autoria e uma novela policial com o título O assassino no quarto fechado, bem como várias de suas poesias.
Algumas delas, também, foram publicadas em revistas de grande porte, na época, como a revista O Cruzeiro, a Revista Alterosa e a Revista Manchete.
Era apreciador de escritores de renome como o escritor Eça de Queiroz.

O POETA SERRANO NEVES

Falar do escritor Geraldo Serrano Neves e não falar de sua poesia, é como se eu podasse uma roseira quando ela estivesse se abrindo em botões ou como se eu fechasse uma janela no exato momento em que os últimos raios do sol jogassem na sala a luminosa   aquarela do entardecer. 
Bom. Para evitar que cheguemos a uma destas situações, eu vou falar do Serrano Neves Poeta.
Aí, eu me encanto. Me encanto com seus versos, seus poemas, quase todos em forma de sonetos.
Conheci o poeta Serrano Neves, na segunda metade dos anos cinquenta, quando era aluna do curso Normal da, então, Escola Estadual Antônio Carlos. A professora de Português, Pedrina Pereira Viana, convidou-o para dar uma palestra-aula falando sobre poesia, poetas, escritores, etc.
Naquela época, a fase da adolescência terminava mais tarde. Aos dezessete, dezoito anos a moça ainda sonhava com o Príncipe encantado, com o primeiro beijo, com o namoro de mãos dadas “no escurinho do cinema, chupando drops de anis”. Nos encantamos, portanto, com a palestra que teve seu clímax com ele declamando dois poemas de sua autoria: Balanço e Saudade.
Acostumada com as poesias que aprendera no curso primário e no Ginásio, cujos autores mais conhecidos era Olavo Bilac, Castro Alves, Cecília Meireles, os poetas da Inconfidência e outros. Quase todos já falecidos e distantes. Formei a ideia de que poeta era aquele homem ou aquela mulher que estava longe de mim, no tempo e no espaço.
Ouvir, ao vivo e a cores, um poeta do porte de Serrano Neves, homem bonito, elegante, finíssimo declamar poemas de sua autoria, era lindo demais. Foi quando eu percebi que poeta podia ser alguém como eu, aqui e agora.
Mas o tempo passa. Não é?
Pois então. Para mim o tempo passou. De lá para cá, passaram-se muitos anos. Me formei, segui minha profissão...me casei, construí família...viajei...sempre me dedicando à escrita e à leitura. Estudei mais. Fiz curso Superior. Proferi palestras, fiz discursos e, em várias ocasiões declamei os poemas de Serrano Neves. E no final, consegui publicar dois livros de minha autoria. O que me deu a honra de ser agraciada com o título de Membro Efetivo da Academia de Letras do Noroeste de Minas.
E, ainda mais: me sinto premiada por ocupar a cadeira de número vinte e dois, cujo patrono é o poeta Geraldo Serrano Neves, aquele homem que me encantou nos meus tempos de juventude.
É meu dever, pois, fazer um estudo de sua vida e de sua obra. E o faço com muito gosto e orgulho.
Comecei a pesquisar e foi aí que encontrei uma vasta e rica coletânea de outros poemas , cada um, mais belo do que  o outro.
O primeiro que me encantou foi o que se intitula:

A rosa azul
Um dia,
Olhando o céu azul
E o azul dos olhos dela
- que são irmãos na cor -
Eu disse ao meu amor:
- “embora eu tenha que correr o mundo
De norte a sul
Eu hei de lhe dar uma rosa
Inteiramente azul.”
E comecei a vagar
Por este mundo de cores,
Olhando por entre as flores
Onde estaria escondida,
Em que lugar se encontrava
Essa rosa tão querida
Que o meu amor esperava.
Mas, voltei desiludido
E em meio à estrada encontrei
Um jovem poeta envolvido
Na luz morna de um poente...
E ele me disse:
- Amigo, você chora inutilmente;
Todos os sábios proclamam,
Com a mesma convicção,
Que rosas azuis só existem
no coração dos  que amam;
Volta, pois ao teu amor
E dá-lhe teu coração.

À medida que eu ia me aprofundando na riqueza dos seus versos, ia formando a impressão de que esse poema foi o ponto de partida para o surgimento de todos os demais que compõem a sua produção literária. É quando nasce o amor no seu coração e ele passa a procurar, desesperadamente, uma mulher para receber esse amor simbolizado pela Rosa azul.
Antes ele se encantava com a natureza e dedicou a ela belíssimos poemas. Se irmanou com as fontes, com as flores, com os poentes, com o perfume e com as cores. Tinha a alma pura, sensível e doce que o levou a cantar a natureza com a maestria de um admirador atento. E pintalga a literatura com criações magistrais que a enfeitam e a alegram:

O  IPÊ
Cai a semente em terra amena e pura
Surge um rebento triste e medroso.
Que pouco a pouco mais se apresta e apura
Se esfolha e esgalha magno e garboso.

Da terra máter, na entranha escura,
Extrai a seiva do filão humoso
E, cada vez mais forte e glorioso
Encorpa o tronco, sobe e ganha altura.

Depois num gesto nobre de grandeza,
Numa homenagem a Deus e a Natureza
Que lhe deram a forma, o tom, as cores,

Abre-se todo em beijos coloridos
E alçando aos céus os galhos refloridos
Atira a Deus um turbilhão de flores.
Almas gêmeas

Eu faço versos como o ipê florido
Que pintalgando o verde da floresta
Se enfeita  todo em verdadeira festa
E alegra a mata com seu colorido.

Também não sei falar; emudecido
É este o artifício que me resta
Que ao meu mutismo natural empresta
Uma certa expressão, certo sentido...

Como o ipê, também eu apresento
Em lugar de palavras, sentimento:
Em lugar de ruídos, harmonia:

E nessa sede infrene de beleza
Eu me aprofundo além da natureza
Pelo sublime umbral da poesia.


Buriti solitário

Meu pobre buriti, tão triste e solitário,
Na chapada deserta, imensa e descampada!
Quanta mágoa terás, retida e acumulada
Nesse coração qual verde relicário.

E me ponho a pensar no destino tão vário
Nessa força tenaz, cruel, desnaturada,
Que te plantou sozinho no ermo da chapada,
Como ilha perdida no meio do estuário.

Um consolo te resta , ó árvore querida:
Se a noite ameaça assombrar tua vida,
A lua em teu socorro surge na amplidão.

Redoirando teu corpo de luz cintilante;
Enquanto tudo em volta é negro, apavorante
Só tu brilhas, sozinho na escuridão.


Paisagem em Aquarela
           
Silêncio e paz. O dia desfalece...
Tudo é quietar, mansidão e calma;
Um suave torpor invade a alma
‘E pouco a pouco se transforma em prece.
Do céu cambiante, mansamente desce
Uma luz lirial que envolve e acalma,
Que purifica, suaviza e ensalma
E as nossas mágoas todas esvanece...

Tudo é sossego, paz, beatitude;
Um ruído sequer quebra a quietude
À hora calma do morrer do dia.

Apenas um planger quase dolente
Penetra nossas almas  mansamente
- O triste badalar d’Ave  Maria...

                        Homem bom. Místico, quase ingênuo. Espírito solidário. Crente e temente a Deus. Tem seus momentos de contrição.

Oração
           
Padre nosso dos céus que das alturas,
O destino do mundo, orientais
Mitigai, por favor, minhas agruras
Como as agruras dos pios mitigais.
           
Estendei sobre mim vossas mãos puras,
E nesse gesto com que abençoais
Todas nossas frágeis criaturas
Mostrai que a mim, a mim também amais.
           
Para provar-vos quanto eu vos respeito
Quero trazer-vos neste humilde peito
Minha humildade a mais serena e pura.

E num supremo anseio de perdão
Quero beijar contrito a tua mão
Beijando assim a mão que me tortura.


Preceito
Abre teu coração aos desvalidos,
Aos que do mundo vivem ao desvão;
Ampara todos os desprotegidos
E aos que tem fome dá-lhes teu pão.

O bom caminho indica aos pervertidos
Ao que claudica estende a tua mão,
E dos injustamente perseguidos
Acolhe dentro do teu coração.

Não olhe nunca indiferentemente
Ao que da agrura da vida se ressente
O que chora, o que clama, o que lamenta.

A  caridade, a força  nos renova
E o bom coração é como a cova:
Quanto mais lhe tira mais aumenta.

Enquanto cantava a natureza, o amor ao próximo, a beleza pura e simples da vida, procurava, ansiosamente, o ser sublime a quem deveria presentear com a Rosa azul que trazia no coração. Encontrou-o, mas não teve coragem ou não pode entregar-lhe tal presente. Encontrou a mulher do seu destino que não quis ou não pode recebê-lo.
Guardou a sua Rosa azul no mais recôndito do seu coração. E presenteou a mulher amada com os mais belos poemas que escreveu. Encontrou outra musa para os seus versos e passou a escrever só para ela. Não mais para a natureza que tanto o encantara.

Você

Não cantarei mais luas nem poentes
Nem a graça das flores deslumbrantes;
Não cantarei as tardes esplendentes
Nem as lindas estrelas cintilantes.

Nem os lírios gentis, alvinitentes,
Nem as rosas suaves e fragrantes;
Nem as longas palmeiras imponentes,
Nem os lagos quietos, repousantes.

Eu cantarei seus olhos, seus cabelos,
E essa aura de amor que sinto ao vê-los
Enquanto você pára e nem me vê...

E lhe farei poemas, quantos queira,
Hoje, amanhã e pela vida inteira
Pois faço versos só para você.


Por quê?

Você sabe que eu sinto e você sente
Que há qualquer coisa que nos une e nos enlaça
Em fluído etéreo que nos abraça
E que faz de nós dois um ser somente.

Por que esperar mais se a vida passa
E o tempo corre inexoravelmente?
Se tudo se desfaz como fumaça
Ao sopro do Elo impenitente?

Por que chorar mais tarde, arrependidos
De não haver vivido os tempos idos
Que nunca mais nos separaremos?

Você velhinha e eu também velhinho
Tristes e sós, chorando de mansinho
A vida linda que nós não tivemos.
 
Embora essa busca incansável se transformasse em mágoa, desilusão, nostalgia ele acreditava que ainda era possível, e um fio de esperança brota em seu coração, a busca continua e belíssimos versos vão saindo, aos borbotões:

Ressurreição
Desiludido e já desencantado,
Sem nada mais a esperar da vida,
Tinha, de meu, apenas meu passado
E minha pobre lira emudecida.

Voltei-me para Deus desesperado,
Num gesto de revolta desmedida
E supliquei que me extinguisse a vida,
Que destruísse esse meu ser fanado.

Ontem, porém, ao vê-la loira e linda,
senti que minha alma vibra ainda
E que meu coração ainda crê.

E supliquei a Deus sua clemência
Para viver inteira essa existência
Fazendo versos só para você.

Mas a desilusão continua, a mágoa cresce e a saudade maltrata com força a ponto de levá-lo a um estado de delírio cruel:
                       
SAUDADE

Saudade de um amor que nunca tive,
Saudade de um amor que nem me vê.
Saudade imensa que em meu peito vive:
Essa saudade imensa de você.

Agora, já dos anos em declive,
Quando  minh’alma em quase nada crê,
Cada dia que passa mais revive
Essa saudade imensa de você.

Saudade dos passeios que não demos,
Dos colóquios de amor que não tivemos;
Dos beijos que você nunca me deu...

Da vida linda que não desfrutamos
Das doces juras que não trocamos...
Saudade de um amor que não foi meu.


Estrela cadente

Minha vida foi simples e singela,
Vivi-a toda amando ternamente
Ora uma flor encantadora e bela,
Ora o tanger de uma canção dolente.

Veio o dia, porém, em que aquela
Que eu deveria amar profundamente,
Passou por minha vida como a estrela
Que apenas passa...uma estrela cadente.

Passou apenas sem deixar lembrança
De um beijo seu, um sonho, uma esperança,
Nem um carinho, um aperto de mão...

Só deixou para mim esta saudade,
Que há de ficar por toda eternidade
Torturando meu pobre coração.

Sonho

Na solidão de minha pobre vida,
Nos momentos de tédio e de cansaço,
Horas e horas a sonhar eu passo
 co’alma solta na amplidão perdida.

Vejo-a no céu, de nuvens revestida,
Ou doirada de sol, em pleno espaço;
E para tê-la junto a mim, querida,
Em sonho estendo a mão e alongo o braço.

Quando volto de novo à realidade,
Vejo comigo apenas a saudade,
Cada vez mais acerba e mais pungente;

E você nem suspeita quanto a quero
E a quanto tempo, paciente, espero
A sonhar com você inutilmente.

            O tempo passa e ele não encontra uma dona para sua Rosa Azul. Quando ela chega, tardiamente, ele desabafa em versos:


Mulher do meu destino

Uma existência toda, andei vagando,
Em busca da mulher com quem sonhava,
Por todos os cantos procurando,
Aquela que era minha e não achava.

E o tempo pouco a pouco foi passando
E eu, delirante nem sequer notava
Que meus cabelos iam prateando
E a minha face aos poucos se enrugava.

E agora vens, mulher do meu destino,
Como tosão de ouro o velocino
Que desejei com todo meu ardor.

Agora que vou, tu vens chegando,
Só para ouvir eu te dizer chorando:
-Como chegaste tarde, meu amor!

Um olhar apenas

Não nos veremos mais de hoje em diante
Nem um olhar sequer nós trocaremos.
Sei que a princípio, ambos sentiremos
E eu, que te adoro, sofrerei bastante.

Nós nos amamos só por um instante
E esse instante nunca esqueceremos;
Foi um olhar apenas que vivemos
O nosso amor imenso, alucinante...

Um castelo sem base, um sonho instável
Sonho impossível, irrealizável,
Que sonhamos na angústia de um segundo...

Terminado o olhar tudo acabou;
Mas vivo dentro de nós continuou
O menor e o maior amor do mundo...


Bendito olhar

Bendito seja aquele olhar, querida
Que tu  me deste um dia docemente;
Deu novo alento, imediatamente
Ao meu soturno e triste fim de vida

Bendito seja aquele olhar, querida,
 Que me deu a ilusão resplandecente
De ter achado o amor de minha vida
Que sempre procurei inutilmente.

Quantos castelos fiz! Que sonhos lindos
Sonhei contigo, em êxtases infindos,
- De coração em festa e alma florida...

Pelo que sonhei e não me deste,
Por todo bem que em sonho me fizeste:
- Bendito seja aquele olhar, querida.


Vaya com Dios

É melhor que nós dois nos separemos
E nunca mais na vida nos vejamos
Pois cm o passar do tempo esqueceremos
O amor imenso com que nos amamos.

É necessário apenas que troquemos
Mais um olhar dos muitos que trocamos.
É essa a despedida. Não choremos
Pois nunca, no passado, nós choramos.

Para marcar esse momento eu quero
Ouvir mais uma vez nosso bolero
Que sintetiza toda nossa dor.

E quando você for há de ficar:
Aquela frase triste a ressoar:
- “Vaya com Dios , mi vida, mi amor”.


Quando ele percebeu que era impossível viver esse amor aqui na terra e sente que o fim está chegando, ele vê a possibilidade de encontrá-la no céu, ele a separa dos humanos e a leva para uma “eterna glorificação”:

                       
Último soneto

Já sei que o fim chegou. Eu sinto a morte
A corroer, minar meu coração;
E tão ciente estou da minha sorte
Que não me abala a mínima emoção.

Eu sei que nada mais há que me conforte,
Que tudo que sonhei era ilusão;
E essa descrença minha é de tal porte
Que destruiu até meu coração;

Até mesmo você- a minha vida;
Você- tão adorada e tão querida,
Você- que sobre todas eu amei...

Agora eu só espero que a morte desça
E destrua de vez esta cabeça
Ninho dos sonhos lindos que sonhei.


Sublime razão

Só agora passando tantos anos,
Depois de tanto eu lamentar em vão,
Depois de mil tormentos sobre-humanos,
Compreendo afinal: tinhas razão...

Quantos malogros, quantos desenganos
Deixaram de pungir teu coração
Quando te separastes dos humanos
Para essa eterna glorificação...

Tu foste para sempre e não lamento
A tua ausência, o teu afastamento
E nem sequer desvelo a minha dor.

Pois lá no céu, tu sabes, com certeza
Que pelas leis fatais da natureza
Uma saudade dura mais que o amor.


No final de sua existência, já pressentindo a morte ele pede uma rosa em sua sepultura. E esperava renascer em uma flor para se integrar à natureza, aquela que foi o seu fiel amor.

Quero uma rosa em minha sepultura

Fui amigo do belo e do esplendente.
Amei a luz, a flor, o céu, a vida
Toda beleza foi por mim querida
Com devoção a mais sincera e ardente.

É, pois, com emoção quase incontida
Com emoção profunda, atroz, fremente
Que faço aqui a minha despedida
Pois sinto que é preciso ir para frente.

Devo integrar-me em plena natureza
Para também ser parte da beleza
Que está no céu, na luz, na cor.

E sendo assim eu volto para a terra,
Pois a essência Divina que a encerra
Fará com que renasça numa flor.


Considerações gerais

“Morreu o poeta que viveu sua vida sonhando. Sonhando com um amor que nunca foi seu. Amando, desesperadamente, sem  ser  correspondido.
Morreu o poeta?
- Não. Quem morreu foi o homem. O poeta vive. Vive nos seus versos. Versos vivos”.  Oliveira Mello.
Serrano Neves tinha predileção pelo seu poema Balanço.
                                                                                                         
Balanço

Nada levo da vida, felizmente,
Nada a vida me deu nem tomou.
Este é o balanço, resumidamente:
- Assim como cheguei, assim me vou.

Se é verdade que amei ardentemente,
Também verdade que ninguém me amou.
Se passei pela vida inutilmente
Inutilmente ela por mim passou.

Ao fechar o balanço noto agora
Que uma parcela ia ficando fora
Das contas feitas neste deve-haver:

Eu me credito numa saudade doce
De tudo aquilo que eu quis que fosse
De tudo aquilo que não pode ser.

Nesse poema ele se revela um espírito pessimista e, de certa forma, descrente de tudo. Nele, ele não leva em consideração a riqueza que foi sua vida pelo que ele fez, pelo legado que deixou como profissional, como cidadão do mundo, como amigo, como pai.
Como pode dizer “Passei pela vida inutilmente” um poeta que deixou versos capazes de sensibilizar leitores, deliciar e emocionar leitoras de todas as idades e em todos os tempos?
E os amigos que deixou? Não contam?
Ele analisa sua passagem pela vida apenas pelo que não teve, pelo que não ganhou. Esqueceu-se de que a grandeza do homem está mais no que dá do que no que recebe.
Não concordo quando ele diz que não foi amado. Talvez não o tenha sido, fisicamente. Lendo atentamente os seus poemas têm-se a impressão que a mulher de sua vida, isto é, a mulher que ele escolheu para entregar a sua Rosa Azul o amou muito e se sentiu amada mas por motivos diversos, não pode corresponder a esse amor. E aí, o sofrimento dela foi maior que o dele. Porque ele pode entregar a ela o seu amor. Ela não pode lhe entregar o dela. E com certeza ela sofreu por se sentir incapaz de fazer feliz o homem que a amava tanto.
E o poeta sabia que era amado. Veja o que ele diz neste poema:

Por quê?

Você sabe que eu sinto e você sente
Que há qualquer coisa que nos une e enlaça
Em fluído etéreo que envolve e abraça
E que faz de nós dois um ser somente.

Por que esperar mais se a vida passa
E o tempo corre inexoravelmente?
Se tudo se desfaz como fumaça
Ao sopro do Elo impenitente?

Por que chorar mais tarde arrependidos
De não haver vivido os tempos idos
Que nunca mais nos separaremos?

Você velhinha e eu também velhinho
Tristes e sós, chorando de mansinho
A vida linda que nós não tivemos.

As poesias de Serrano Neves, os seus versos são de uma beleza sem par. A cidade que o acolheu e o adotou como filho se enriquece, se valoriza com a  herança que ele deixou. Oxalá, possamos publicar esse conjunto de obras para que ela seja conhecida e perpetuada para quantos têm o gosto de apreciar o Bom e o Belo.
            Não pretendo, neste despretensioso estudo, esgotar o conhecimento da substanciosa atividade literária do nosso poeta. Simplesmente, considero esse momento providencial para o conhecimento e apreciação de alguns belíssimos poemas desse nosso querido conterrâneo por adoção.
            Encerro este trabalho na esperança de ter suscitado, em quem tiver a possibilidade de conhecê-lo, o interesse e a vontade de aprofundar e conhecer um pouco mais as coisas belas que recebemos de presente e que enriquecem sobremaneira a nossa cultura.

                                   Benedita Soares - julho/ 2017