sexta-feira, 28 de julho de 2017

MARIA TERESA OLIVEIRA MELO CAMBRONIO

Acadêmica Maria Teresa Cambronio

Maria Teresa Oliveira Melo Cambronio nasceu em Paracatu em 1963, filha de Geraldo Oliveira Melo (in memoriam) e Maria José Borges de Melo. Foi criada juntamente com seus 14 irmãos; Adalberto Nasser de Oliveira Melo, Maria Ângela Oliveira Melo, Décio Oliveira Melo, Naide Oliveira Melo (in memoriam), Marina Oliveira Melo (in memoriam), Geraldo Oliveira Melo Filho, Diná Oliveira Melo, Milena Oliveira Melo, Cristina Oliveira Melo, Diomedes Oliveira Melo, Valéria Oliveira Melo, Daniel Oliveira Melo, Tadeu Oliveira Melo, Marialva Oliveira Melo
          
Nascida numa fazenda chamada Santo Antonio, de onde, aos seis meses, foi levada, juntamente com seus irmãos, para uma vila das redondezas da cidade, chamada “Vila Alvorada”. Concluiu o primário na E.E. Afonso Arinos, o colegial na E.E Affonso Roquette e o Magistério na E.E Antonio Carlos.
         
Aos 22 anos, casou-se com Luciano Campos Cambronio. Aos 28 anos, teve minha única filha, Camilla Carolina Campos Cambronio, da qual se orgulha muito.
          
No ano de 1996 iniciou o curso de “Licenciatura Plena Em Química” pela UEMG – FAFIPA (Faculdade de Filosofia e Letras de Patos de Minas), concluindo-o em 2001 Fez pós-graduação em Psicopedagogia Reeducativa em 2007 pela Corpo, Direito Educacional e Docência do Ensino Superior pela (FINON), Faculdade do Noroeste de Minas em Paracatu no ano de (2012). No ano de 2007, iniciou o Curso também superior, em Licenciatura Plena em Artes Teatro (UNIMONTES/UNB) concluindo-o em 2012.

Em 2013 Oliveira Melo Cambronio aposentou-se com 25 anos de carreira de magistério, com ensino fundamental I.
          
Maria Teresa escreveu sua primeira poesia, quando cursava o colegial, inspirada por seu professor de Português, e também poeta, Lavoisier Albernaz.
          
Professora do primário, amante de crianças escreveu a maioria de suas poesias pensando nelas, pois sempre levava suas produções para a sala de aula, como suporte, para ensinar as crianças a lerem, a escreverem, e também desenvolverem o gosto poético.Aos 35 anos, começou a lecionar Química e Física na Escola Estadual Altina de Paula Guimarães em Paracatu. Trabalhou o ano de 2016 com física e Arte na Escola Fazenda Riacho, em 2017 na Escola Estadual Virgílio de Melo Franco.

Membro da diretoria do SIND-UTE, (sindicato Único Em Educação de Minas Gerais), subsede Paracatu, por vários anos.
No ano de 2007 realiza seu sonho como escritora editou seu primeiro livro de poemas “Meus Momentos”, pela Gráfica Paracatu. Em 2011 escreveu o Artigo “O Teatro na Sala de Tempo Integral na escola X”, um excelente trabalho para conclusão do Curso de Artes Teatro. No ano de 2016, lança o segundo livro, também de poemas “Sementes de Amor”, pela Editora Buriti. 


Maria Teresa, teve participação em três edições do livro Espelho de Papel, da Escola Estadual Julia Camargos em Paracatu, participou em duas Antologias da Literatura Paracatuense, do jovem autor “Igor Santos”. Ficou consagrada na Escola Estadual Julia Camargos, como professora e por ter dado a vida ao Hino à Escola como autora do mesmo.


Em seu histórico como estudante, com maestria, é dona de uma bagagem de vários cursos que serviram para enriquecer seu currículo como professora e escritora; Políticas públicas pela CNTE/CUT, Libras pelo promove, Pró-ciências pela SEE/UFV, Iniciação Teatral- Microtec, História do Teatro- Microtec, Pintura em Tecidos pelo SENAI, curso de Editoração Eletrônica SEE MG, dentre outros.

Em 2016, Maria Teresa torna-se membro da Academia de Letras do Noroeste de Minas, ocupando a 39ª cadeira, cujo patrono é o paracatuense, Antonio Theodoro da Silva Neiva.


Endereço do blog da autora: http://mariateresacambronio.blogspot.com.br/


PATRONO

Antonio Theodoro da Silva Neiva
           
Antonio Theodoro da Silva Neiva nasceu em 18 de julho de 1916 na cidade de Paracatu, Estado de Minas Gerais, filho de Manoel da Silva Neiva e Antonina Aquino Neiva. Estudou o primário no grupo Escolar Afonso Arinos. O curso regular também foi concluído em Paracatu, no Colégio Antonio Carlos. Em Goiânia, no Instituto de Educação de Goiás em 1950, sua carreira para o magistério estava destinada.
          
No ano de 1933, em 15 de dezembro Neiva diplomou-se em técnico agrícola. Especializado em Apicultura e Sericultura, pela Escola Superior de Agricultura e Veterinária do Estado de Minas Gerais, na cidade de Viçosa.
          
Em Goiânia, conseguiu ainda realizar os cursos de Bacharelado e Licenciatura em Geografia, História na Faculdade de Filosofia de Goiás, que hoje faz parte da Universidade Católica, e o de Direito, na Faculdade de Direito de Goiás, atualmente pertencente à Universidade Federal de Goiás. Concluiu o bacharelado, em 11 de dezembro de 1953, ou seja, o Curso Jurídico, em 15 de dezembro de 1962.
           
Depois desse longo período no interior de Goiás, onde exerceu a carreira de magistério, na Escola Normal Joaquim Bonifácio, de Pires do Rio; na Escola Normal “Ricardo Campos, de Itumbiara; no Patronato Agrícola de Rio Verde; e no Ginásio do Professor Zacarias do Vale Monteiro, em Campo Formoso, Hoje Orizona- O professor Antonio Theodoro da Silva Neiva fixou residência em Goiânia, a partir de 1949, quando, a convite do Dr. Ulisses Jayme, na época secretário de Estado da Agricultura, Indústria e Comércio, no governo de Jaime Coimbra Bueno, exerceu as funções de Diretor da Seção de Divulgação e Estatística daquela Secretaria de Estado, oportunidade em que fundou e fez circular O Informador Agrícola, órgão especializado de divulgação de matéria pertinente à agricultura e pecuária, que teve existência efêmera. Antes porém, em 1939, já havia redatoriado, em Pires do Rio, o jornal Nossa Folha.
          
Logo, o professor Antonio Theodoro da Silva Neiva exerceu o magistério em Goiânia, ministrando aulas como professor “pró-labore” no Colégio Estadual de Goiânia, no Instituto da Educação de Educação de Goiás, no Colégio Santa Clara de Campinas (Curso de Comércio), em Cursos de Suficiência do Ministério Da Educação e Cultura de cujas Bancas Examinadoras fez parte e, finalmente como professor nomeado, na Faculdade de Filosofia da Católica, onde lecionou por 15 anos, e no Instituto de Ciências Humanas e Letras, da Universidade Federal de Goiás, desde a sua fundação, aí se aposentando como Professor Adjunto. Em 1969, prestou concurso para Magistratura Vitalícia do Estado de Goiás, exercendo as funções de Juiz de Direito, nas 8ª e 11ª Zonas Judiciárias, donde foi removido para a comarca de Goiânia, em que se aposentou, como Juiz de 1ª Entrância, depois de vários anos no exercício irrepreensível de árdua carreira de Magistrado.
           
Casado com uma goiana de Santa Cruz, Professora Diva Cavalcanti Neiva,. Antonio Theodoro é pai de três filhos e avô de onze netos, todos goianos.

Fonte: Livro Memória Cultural – Oliveira Mello (pág. 99, 100). Segundo o autor Oliveira Mello, o esboço bibliográfico foi realizado pela filha de Antonio Theodoro Da Silva Neiva, Maria Inês Neiva Pedatela, no prefácio do livro Introdução à Antropologia Goiana.


POESIAS DE MARIA TERESA

INTRODUÇÃO

         
Comecei a escrever poesias aos 14 anos, em plena força da juventude. Fui fazendo uma coletânea de minhas produções. Inspirei-me em crianças, amigos, amor, natureza, universo e em Deus.
         
Tudo que escrevi em “Meus Momentos...” foi com amor, pensando que algum dia alguém lesse minhas poesias e sentisse também esse amor, e fizessem descobertas de seus sentimentos ocultos, despertando a emoção.
          
São poesias objetivas, com linguagem de fácil entendimento para você, amigo leitor, que ama, em todas as dimensões...
          
A poesia ajuda a purificar a alma e a despertar sentimentos mais profundos.


Mãos que ajudam

Existem pessoas que são as mãos que ajudam
Pessoas que falam palavras de incentivo,
Que doam sem nada querer em troca.
Pessoas boas e totalmente inovadoras.
Que consideram a arte uma dádiva de Deus.
Que doam palavras amigas e um aperto de mão.
Que mesmo que o mundo esteja contra elas,
Nunca deixam o espírito de ajuda desaparecer.
Mãos que ajudam, vocês significam muito para mim.
Que Deus seja sempre a energia universal que habita em vocês.
Agradeço todos os gestos de inesgotáveis de servir.
Esta é homenagem às mãos que ajudaram-me:

Luciano Campos Cambronio (incentivo)
Camilla Carolina Campos Cambronio (incentivo)
Lilian Oliveira Melo (apreciação e incentivo)
Dione Salustiano (incentivo)
Maria Aparecida Veloso (incentivo)
Nilza Benetti Ortelã (1a correção)
Hyarbas Olavo Ferreira (2a correção)
Maria aparecida Teixeira (incentivo)
Meus amigos e parentes. (Em especial minha mãe Maria José)



 O Sítio Encantado

O sitio encantado,
É o sítio do seu Lobato.
Lá tem pássaros mágicos enfeitados,
Saci-pererê e Cuca. É fato!

O sítio encantado
É o Sitio do Pica Pau Amarelo
Lá tem Visconde e boneca falante!
Está nas estórias de seu Lobato!

O sítio encantado
É o sítio de dona Benta.
Comida farta pra todo lado!
Biscoitos e doces, no gosto
Da tia Nastácia e na poesia que nos embala.

O sítio encantado
Está na alma de quem ainda é criança.
Está eco da risada de tio Barnabé,
No Sabugo que ri e dança,
Está no sonho de uma criança.

Maria José

            Mãe gloriosa
            afagou nos seios
  Seis cravos e nove rosas.
            inspiração de minha vida...
    Mãe amorosa, mãe carinhosa.

          Jamais sentiu cansaço ao carregar quinze vidas
       No ventre, manjedoura calorosa.
          serena mãe adorada, como Maria
          és coroada! Amo-te mãezinha!
   

Sete Dádivas

Sete cavalheiros vieram amparar Teresa
Daniel com um troféu.
Tadeu pediu a Deus luz para Teresa. Que beleza!

Sete cavalheiros vieram amparar Teresa
Diomedes deu lhe rosas.
Geraldo deu lhe amizade. Que beleza!

Sete cavalheiros vieram amparar Teresa.
Décio ensinou-lhe o silêncio...
Adalberto deu-lhe exemplo.
O seu pai deu-lhe a vida. Que beleza!



Nosso país
Brasil

O Brasil,
País de Cabral,
Dos negros, índios, portugueses, italianos, japoneses e outros mais.
Das festas de carnaval.
Oswaldo Cruz, também do Lampião.
Manto sagrado de quem trabalha.
Lugar onde há muito amor, por outro lado; tem
Desamor
Frio
Fome
Poluição
Desolação.
Mas mesmo assim
Tenho o orgulho de dizer que amo.



 Louco Amor


Como viajamos, através do pensamento!
A cada momento que passa, vivo a lembrança de
Alguém que partiu, sem dizer adeus.
Que loucura!
Somos os loucos poetas, a sonhar.
Sonho ou loucura?

Louco amor, a doçura de uma pétala de rosa,
Cheiro, gosto de amor...
Veneno que escraviza, corrente que aperta,
Nó que não desata...
Somos loucos poetas, a sonhar.
Sonho ou loucura?

Que belos sonhos, os meus:
Alguém que tanto me feriu, que só mentiu, deixando-me em êxtase,
Quase em letargia.
Somos, realmente, escravos selados, sonhando...
Sonho ou loucura,
Loucura ou sonho?

O que levaria o poeta à beleza da flor, no mundo do amor?
Como fazê-lo, se ainda está em um mundo ocioso?
Feriu o amor sentimento mais profundo de um
Desvairado sonhador.
Sou prazer distante...
Louco amor!


 Amor Platônico


Como é estranho viver um amor impossível,
Amor verdadeiro... Puro e eterno...
Amor que posso pegar, mas tenho medo de que não exista.
Que conheci um dia, lutei, mas não pude deixar de amar!
Procuro, nos tempos do tempo, este amor platônico.
Dia a dia perco um pedaço de mim, por você.
Rodarei o mundo, para encontrá-lo...
Não suportaria, se um dia deixasse de adorá-lo.
Continuo, de noite, a perfilar, mas não sei onde esse amor está.
Amor platônico! Sofro a felicidade de ainda amar...


É cruel

É doloroso o prazer de sentir-te longe de mim.
A humana natureza, fantasiada, enquanto a realidade
É tão bonita!
É bom amar-te. É bom!
Além do amor que sinto, somente recordações perturbam meu peito.
Lembro-me de teu sorriso, como se fosse um raio que corta e dilacera.
Daria tudo para ter-te de novo em meus braços.                                                
Dor não sinto mais.
Somente um vazio total invade meu coração.
Mesmo assim, continuo amando-te.
Esse amor cruel...


A Dádiva é Sonhar

 A aspiração após o sonhar é uma serena verdade.
Quando sonho, tudo é leve e desperta, em mim, o belo.
No sonhar, eu quero teu amor, eterno cavalheiro
Solitário.
A vida é sonhar... sonhar...
Sonhar!
Eu tenho o privilégio de poder sonhar contigo, todas
As noites, ao dormir.
A vida é sonhar...
Sonhar...



O Sol...

Solta o Sol,
Deixa-o cair!
Sol que cura, raios
Que vêm, amém!

Que Sol atrevido!
Que bola ardente!
Que longa história,
De um louco varrido.

Avesso ao mar, alegre ele vai.
Que bola! Redonda!
Que louco assanhado!
Que bola atrevida, os raios amém!

Confusão

Confusa...
Sei que estou há mil léguas de distância
Do desejado eterno amor.

Sinto um pouco de frio, quando a noite
Cai e vejo que você não vem.
Não vem...

Confusa...
Pergunto como alguém pôde mudar tanto o
Modo de viver de outro alguém? 

Sinto o encantar de sua masculinidade
Em minha vida.
Em meu ser... 

Confusa ...
Aqui, você não voltou, e sinto-me inútil e cansada.
Sempre essa confusão, amando ilusão.
Ilusão!


Sementes

As mais belas sementes, criadas por Deus, estão:
Nas belezas dos corações,
Na humildade, na doação, na simplicidade,
Na amplitude e no esplendor do amor.

As mais belas sementes criadas por Deus estão
Na maravilha de almas que povoam e amam.
Que submergem dum mar de paz, e povoam a Terra.
Na suavidade da música de amor.

São sementes de amizade que brotam em lugar seco,
Não negam raízes nem caule nem flor...
Doam sombras, arrego, sossego, doçura de apenas ser aconchego.
São simplesmente sementes nascidas do amor.



O ENIGMA

Como uma canção que soa ao vento,
Ouço a cantiga enrouquecida de um galo.
De longe, avisto a paisagem patética, como um vão.
É como se alguma coisa parasse no tempo.
Uma estrada pedregulhada eu avisto, e caminho sem parar, sem nada ver.
Aquela paisagem vai chegando ou eu...
Que chego com ela?
Um cachorro magro me late. Em pouco,
A vista me parece escura, o enigma continua.
Chegarei ali, um dia? Talvez, um dia!
Um dia...Natureza


Conheço-te, Natureza...

Tuas flores, tuas noites, o cantar dos humildes passarinhos.
Que lindo seria se... flores pudessem falar!
Porque é fonte de luz e certeza, te conheço.
Eu te conheço pelas estrelas reluzentes,
Pelo vento, pelo canto dos minúsculos passarinhos, pelas abelhas que fazem o mel com tanta certeza...
Mas nós há uma grande diferença: Tu amas em silêncio, porque não podes falar, e eu tenho como gritar e tenho vergonha de fazê-lo,
Sei lá...


Jesus

Jesus, para mim, é uma abelha,
Porque é dela que as criancinhas recebem o mel.

Cristo é noite, porque o anoitecer é lindo!
Cristo é amor, e ninguém vive sem Ele.

Cristo é minha vida,
Minha estrela, meu ser...  


Garoto Genial

Ele é o garoto louro, dos olhos
Azuis, da cor do mar.

Garoto que, sem vestimenta, com sua graça,
Mastiga chicles, na ponta do céu.

Ele, que dobra esquina, que dá uma piscadela, pra
Cinderela.

Garoto que dá cambalhotas, que rodopia no
Ar, como um beija-flor.

Ele, menino sapeca, que brinca com a boca, olhar
Sensual...

Garoto que fala de gente, com cara de crente,
Não troca um amigo por nada no mundo.

(Esta poesia foi escrita em 1978, em homenagem a um colega de escola, chamado Dilmar Batista de Oliveira).



Zumbi de Palmares                       

Durante as invasões holandesas,
Muito longe das fazendas,
Foi-se formando um lugar que
Se chamava Quilombo.
Lugar de foragidos,
Negros e escravos.

O mais famoso Quilombo,
Lá na Serra da Barriga,
No Estado de Alagoas,
Tinha o nome de Palmares,
Devido às muitas palmeiras,
Naturais daqueles ares.

O primeiro rei dos negros
Tinha por nome Gangazuma.
Morava em grande palácio,
Cercado por um grande exército.
Mesmo assim, não resistiu,
Morrendo logo, em combate.

Com a morte de Gangazuma,
Zumbi tornou-se rei:
Negro forte e valente,
Fez a terra progredir.
Ele tinha um grande sonho:
Ver o Brasil ser do negro.

Mandaram, lá de São Paulo,
Domingos Jorge Velho,
Bandeirante garboso e firme,
Frente a um enorme exército.
Conseguiu derrubar Palmares.

Zumbi não quis se entregar.
Subiu no alto de uma montanha,
Atirando-se num despenhadeiro.
Queria um país verdadeiro,
Esse nobre e fiel guerreiro.

Acabou-se a nação de Palmares.
E Deus deve ter dado a Zumbi
Um exército de anjos, no céu,
Para fazer um escarcéu
Contra o preconceito racial.


A Pena Do Louro Velho 

Camila Carolina, mocinha da cidade,
Ao passear numa florida fazenda,
Encontrou uma pena colorida.
Divertida! De cores sortidas.

Era a pena do velho louro,
Que ficava no alto da mangueira,
Com os olhinhos arregalados,
Fazendo a sentinela.

A menina é criativa!
Para homenagear a natureza,
Mandou fazer um brinco,
Da pena do papagaio.

Na primavera, lá vai                                                                                 
Camilla Carolina, ao baile,
De vestido vermelho
E natureza na orelha,
Toda graciosa e bela!



 



Ser Artista


Aquele que usa seu talento artístico para ajudar a criar novos artistas mostra suas obras aos homens e, especialmente, a Deus.

Ser artista é calçar sapatilhas e dançar o balé da vida.
É desenhar um belo jardim.
Cantar canções e emoções.
Dançar samba no pé.
Representar ao mundo uma peça...
Pintar num quadro uma floresta encantada.
Que festa!
Jogar capoeira, num leve mortal,
Transformando... Levitando...
É escrever um livro em que caibam todas as obras de arte.  


Paracatu

Terra amada e hospitaleira,
Onde repousam os mais belos colibris.
A serra da Boa Vista
Abre as vistas a ela,
Cidade cantada por Afonso Arinos,
Oliveira Melo, Lavoisier Albernaz,
Aparecida Teixeira e muitos mais.
Terra varrida pelos escravos,
Em busca do ouro que brilha.
Aqui se fez muita história.
Aqui se faz muita glória.
Tem pequi, jatobá, murici e ingá.
No canto dos bem-te–vis,
Há alegria e poesia.
No sossego das fazendas,
No molejo das morenas
E no gosto da cachaça
Fazem belas serenatas.
Paracatu..


De tudo um pouco

Olho para o céu.
Vejo o brilho das estrelas.
Comparo-o:
Com prata e pedras preciosas.

Na terra, tão verdejante, contemplo
Nossas matas.
O verde é a esperança, sorriso de criança,
Espelho, conselho, ovelha, cabra, onça, templo,
Exemplo...

Na praça, moleque atrevido.
Trepa nas bravas árvores,
Dobra redobra, quebra requebra.
Bloco, floco, atleta, ciclista, preguiça!
Livra sua cabeça de uma grande pedra.

Na calçada, um homem magro
Grita uma promoção de loja.
Vê vidraça quebrada,
Tateia o queixo, brinca pela brecha,
Com a brocha, com bravura, com graça.

Gralhas, gaviões, gaivotas, girafas,
Dragões engaiolados.
Tudo estranho, mas ganho broncas,
Arrancos, arranhos, tranques.
Claro! Declaro: é caro!

Preciso de palavras pra dizer
Que tenho sonho de viver, com prazer,
Nesta terra, sem problemas.
Pronta para escrever uma nova história.
Melhora, palavras, dentro, promessa, vira revira e vai...

  

O Dil que é o mar

O vento me trás de volta você...
Você, sempre você.
Seu perfume chega com o tempo...

Por que nunca passa essa saudade?
Do Dil, que é o mar; o mar, que é você.
Você, sempre você. A flor me lembra perfume,
Ela me lembra você.

Quando você virá? O Dil, que é o mar?
O mar, que é você?

Uma margarida

Uma margarida, na vida.
Pétalas brancas e regulares.
Anete, Carla, Joana, Camile,
Gorete, Márcia, Luana, Jamile.

Uma flor singela. Tão Bela!
Pétalas francas e singulares.
Teresa, Ângela, Marina, Flávia, Milena,
Karina, Elena, Eleuza, Vângela.

Deusas misteriosas! Vai entendê-las...
Pétalas amarelas, singelas.
Vitória, Valéria, Cristina, Anita, Luíza.

Uma margarida, na vida, imita a mulher.
É brisa, é vento, é tempestade...Tempestades de amor, um raio que corta.
Andréia, Diná, Marialva, Naide, Amélia.

Rita é naipe, é paz, é louvor.
Uma flor! Somente uma margarida!
Pétalas francas e singulares.
É Maria José!


ACRÓSTICO

Nada é mais belo!
Apenas zelo...
Tanto conforto... reflito.
Universalmente infinito.
Regatos, riachos e meus sonhos.
Esmero! Relento... Estou atento.
Ziguezagueando!
Aleluias e panapanãs coloridos são reflexos da vida.



Sou tua estrela

Sou tua estrela.
Siga meus sonhos:
Só eu te amo.

Como seria?
Se visses, na rua,
O amor que é lua?

Quase sem cheiro,
Por esses caminhos
E pelo passeio,
Só eu existo.

Sou tua estrela.
Dize meu nome:
Só eu te amo.

Como seria?
Se pegasses em minhas mãos,
E sentisses as minhas linhas?

Quase sem tato,
Pega o retrato.
Dou meu recado:

Sou tua estrela,
Dize meu nome:
Só eu te amo.

As árvores 

Tão floridas, tão frondosas...
Como nuvens, como sorvetes,
As árvores, verdes.

Tão floridas, tão frondosas...
Como véu, como o céu.
As árvores, no leito, fogosas.

Tão floridas, tão frondosas...
Como mel, no favo, é lindo!
As árvores, os ninhos dos passarinhos.



Borboletas

São tantas...
Amarelas, azuis,
Num bloco que reluz.
Num vai e vem sem fim.
Pairam pelo jardim.

São pretas, roxas e velozes.
Atrozes...
Num vai e vem sem fim,
Pairam pelo jardim.

São alaranjadas, rajadas, afiadas,
Enfileiradas...
Num vai e vem sem fim,
Pairam pelo jardim.



Camilla Carolina


Deus, na Sua majestosa sabedoria,
Trouxe ela, Camilla Carolina,
Como uma bela canção de amor.

Ainda é primavera!
As flores pingam o orvalho.
Lá vem ela!
Camilla Carolina. Tão singela!

Doce menina, como a menina
Dos meus olhos.
O vento abre alas pra ela,
Pequenina Camilla Carolina.
Como um cristal, na organização
Das moléculas!
Lá vem ela, Camilla Carolina, leal, real.

Ainda é primavera!
O amor nos trouxe ela.
Camilla Carolina é como Cora Coralina,
É deveras oração...


Louvado seja Deus

Louvado seja Deus, pelas estrelas do universo.
Pelo céu imenso, azul.
Pelo gorjeio dos pequeninos passarinhos, num concerto sem fim...
Pelas flores das gramíneas, pelas flores dos rochedos, pelas flores das campinas. 

Louvado seja Deus, pela fonte que corre para o mar.
Pela criança que se amamenta, lutando pela vida.
Pelos insetos que permeiam o mundo, formando o ciclo da vida,
Na cadeia alimentar. 

Louvado seja Deus, pela água que mata a sede...
Pela oração que alimenta a alma.
Pelo vento que sopra, ligeiro ou lento,
Levando sementes que brotam a vida. 

Louvado seja Deus, pelas árvores que crescem, belas e frondosas.
Pelos albergues, que abrigam os peregrinos.
Pela música, que podemos ouvir.
Pelo trabalho, que sustenta o pão, pelo ar que respiramos,
Pela paz e pela luz. 

Louvado seja Deus, pela liberdade da palavra...
Pelos pais, irmãos, pelos amigos e pelos filhos.
Pelo aroma que sentimos.
Pelos frutos, nos pomares.
Pela vida, vida nossa, vida deles, vida minha...

Maria Teresa Oliveira Melo Cambronio (Livro Meus Momentos- 2007)
  

Isabela

Tão magricela!
Não gosta de berinjela, não gosta de pimentão.
Mas adora chupar limão.

Isabela menina bela!
Brinca sozinha, encolhidinha,
Olhando a Lua numa bolha de sabão.

Isabela vai a janela!
Olhar pra rua olhar pra lua.
Quer ser livre como uma pluma.

Isabela, morena cor de canela!
Come o que gosta, brinca com a Lua
Sonha com a liberdade na passarela. 
                                                                                                     
  
Vejo Você

Luz do meu caminho, humilde cavalheiro
Amável companheiro, simplesmente meu amor!
Amor deveras!  Para ti todo afeto!
Sempre lembrarei de ti assim:                                                                                            
Como o sol brilha no céu, como a lua ilumina a noite.
Acalma tempestade com beijos, meu grande amor!
Para ti todo afeto!
Vejo você como a imensidão do mar,                                                         
Como um raio de luz, humilde cavalheiro.
Para ti todo afeto!


Minha Avó 

Minha avozinha do coração
Que saudades dos teus carinhos
Quando me colocava no colo e
Contava histórias lá do capão.

Fazia versos aveludados.
Na cozinha inventava tanta comida gostosa!
Ia sempre ao quintal e voltava com as mãos cheias de frutas
Para nossa fome matar.

Ah! Que saudades da avozinha amada!
Que Deus hoje embala em seus poderosos braços.
Avó que inventava canções e as
Cantava pra eu dormir...


A boneca 

A boneca dos meus sonhos,
Não é aquela que ficou na vitrine.
Mas aquela que ficou na lembrança...
Aquela que um dia alguém colheu.

A boneca dos meus sonhos não é de vidro,
Tampouco de pano, também não é de plástico.
Já foi vida, alguém colheu...

A boneca dos meus sonhos me deu prazer ao brincar
Fez-me companhia por alguns momentos...
A bonequinha do pé de milho que com lágrimas nos
Olhos virou farinha, virou canjica, virou lembrança!

Ela ainda faz parte da minha memória e está
Na infância de outras muitas menininhas!
Já foi vida, alguém colheu... 


Choro Sem Lágrimas

Um homem sem a água
É um homem seco, desidratado
É um homem sem sentido
Um mar sem peixes...

Um homem sem a água,
É uma folha sem cor
É um céu sem nuvens.
É a poesia da fonte e a flor; sem fonte...

Um homem sem a água
É um homem destruído!
É um homem bem sofrido!
É um choro sem lágrimas.

Um homem sem a água
É um homem sem valor
É um homem sem ar
Uma floresta com dor...









  
Alvoroço No Formigueiro

Estava acontecendo algo estranho no formigueiro.
Um entra e sai um sai e entra...
Uma formiga onça,
Entra mandona e zombeteira no buraco das
Formiguinhas corredeiras.
Em pouco tempo a intrusa foi enxotada e
Exportada.
Estava acontecendo algo estranho no formigueiro.
Um sai e entra um entra e sai...
Um marimbondo. O bicho mau,
Entra empurrando entra ferrando!
Daí a pouco o insolente foi carregado foi retirado.
Onde já se viu um marimbondo procurar confusão
No reino das corredeiras?
Daqui a pouco vem a abelha, o bem-te-vi, o elefante...
Procurar sabe-se lá, o que!


Frutas Uai

Ana adora banana.
Ascensão faz doce de melão.
Carola faz licor de acerola, de carambola e de graviola.
Deni saboreia um caqui.
Diná escolhe um cajá.
Amanda descasca uma manga.
Carolina prefere tangerina.
Vera come pêra. É uma fera!
Uai e os homens?
Tarzan é louco por maçã!
Adão chupa um limão.
João come bolo de Jamelão.
Valdeci toma sorvete de sapoti com açaí.
Saú se lambuza com umbu.
Amauri se perde por pequi e murici.
Nicolau pede um cacau.
Pra Clarindo só sobrou tamarindo
Tem mais?
Não! È só isso uai!


Os pintinhos

Nasceu tão lindinho
O pintinho amarelinho
As penas tão fofinhas...
Que gracinha do bichinho!

Nasceu tão lindinho
O pintinho pretinho
As penas tão brilhantes
Que graciosidade do pintainho!

Nasceu tão lindinho
O pintinho pedrês
As penas tão coloridas
Um bichinho tão faminto!
Traz o milho meninada!
 

As Abelhas

Em blocos abrem e fecham
Caem, levantam. Sobem e descem.
Em blocos se juntam, separam
Rejuntam, conspiram, expiram
Flutuam, amontoam-se e criam.
Em blocos elas constroem, produzem o mel.
As abelhas, contentes, acesas, coesas
Abraçam, refazem, destacam, debatem.
Em blocos perfazem, perplexas, concisas,
Ativas, amigas, concretas!
Zumum        zumum            zumum              zumum    zumumumum...


Ainda existo

Nem mesmo a distância
Apaga a dor que sinto por ter perdido você
A boca do vento faz pranto o meu ser
A dor que esmaga espera o meu fim.
Lembre que existo amor de marfim.
Brilho das estrelas está nos confins
Lágrimas pra sempre fará parte de mim.
Nem mesmo a distância
Afasta o de mim
Ainda existo meu bom querubim.


A Fazenda

Sentada à beira do barranco
Sinto a brisa mansa tocar meu rosto
Refaço pedaços de minha alma
Tomada pelo cansaço.
Ouço um murmúrio na mata...
Deito-me e deixo um vento doce
Tatear meu corpo.
Ouço um canto de um pássaro raro
E saboreio os detalhes das notas tristes.
Levanto-me vejo as copas das arvores
Juntas querendo tampar o riacho.
Flores dançando ao vento é acalento.
Estou na fazenda.
Aqui não se inventa, o sol
Arrebenta a brilhar!
Abraços selados, arrebóis encantados
Dando margem a um sonho, virar realidade...
Águas que falam, palavras que embalam...


Socorro! 

Sou criança, gosto de bater uma bola.
Preciso ir à escola.
Estou muito cansado, meus dedos estão calejados.
Façam valer meus direitos!

Sou criança, quero brincar de boneca
Adoro jogar peteca...
Não quero estar nas lavouras nem nas pedreiras.
Façam valer meus direitos!

Sou criança, quero balançar numa rede, ouvir canções de ninar.
Quero crescer pra vencer.
Não quero ser violentado estar em lixões nem no corte canas.
Façam valer meus direitos!

Sou criança, quero crescer na esperança de que;
Vão assegurar meu futuro, preservando minha infância,
Com atividades educativas, culturais e esportivas.
Façam valer meus direitos!


Ouça me, professora

Meus olhos não têm luz,                                                                                        
Mas tenho os teus olhos para enxergar comigo.
Posso sentir ainda tuas lágrimas de alegria quando
Escrevi e li as primeiras palavras em braile.

Não escuto com meus ouvidos...
Tenho os teus para ouvir por mim.
Posso ler teus lábios me ensinando
Como escrever para a vida...

Sou o ébano e o marfim,
Você sempre me vê como um arco-íris
Dentro de uma gota de orvalho.
Posso sentir teu calor, teu carinho...

Sou um diamante a ter lapidado,
Preciso muito do teu motivar.
Dizem que algumas estrelas se apagam
E outras se acendem.
Você, professora amada, será sempre                                                               
Uma estrela acesa em minha lembrança.


              (Maria Teresa Oliveira Melo Cambronio- Meus Momentos- Editora Paracatu 2007)


A Vela





Humanidade sempre tenha fé e confiem em mim que tudo farei.
Amem uns aos outros.
Tenham paciência para amar, porque não é a tarefa mais fácil.
A tarefa requer ouvir mais, confiar mais, quebrar barreiras para depois,
Alçar vôos.
Seja sábio ao amar seu irmão!
“Orai e vigiai”.
Vigiar sempre vos mostrarão situações de perigo.
A oração vos ajuda a superar as dificuldades, que por ventura poderão passar.
Amem, orem e vigiem.
Estarei sempre contigo!


Sobrenome

Há quem não gosta do sobrenome
Heloísa é um caso sério.
Menina meiga sorriso largo!
Olhos pretos como jabuticaba madura
Cabelos que fazem ondas no espelho!
A Heloísa é uma menina prosa.
Heloísa PANTA Barbosa
Não gosta do sobrenome!
PANTA rima com canta com encanta.
Há quem não gosta do sobrenome
Heloísa, entre toda Heloísa,
Senta ao vento, ao relento.
É PANTA é santa.
PANTA Barbosa tem cheiro de rosa.
Heloísa é uma menina prosa!

(Poesia escrita para homenagear minha aluna Heloísa Panta Barbosa)


Mamãe 

Deus prolongue seus dias aqui na Terra.
Nada poderá pagar o que fizeste por mim nesta vida.
Seus doces beijos, seu terno olhar.

Deus proteja seus dias aqui na Terra.
Cada noite de sono perdida, cada dia de dor e de tristeza,
Sejam devolvidas em glória, mamãe querida!

Deus ilumine seus dias aqui na Terra.
Cada passo seu seja abençoado!
É lindo sentir até hoje, o ressoar suave de suas cantigas de ninar.

Que Deus realiza seus sonhos, minha amada mãe.
Que nenhum deles sejam interrompidos!
Viva-os! Você é para mim a melhor mãe que existe.