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Acadêmica Maria Teresa Cambronio |
Maria Teresa Oliveira Melo Cambronio nasceu
em Paracatu em 1963, filha de Geraldo Oliveira Melo (in memoriam) e Maria José
Borges de Melo. Foi criada juntamente com seus 14 irmãos; Adalberto Nasser de
Oliveira Melo, Maria Ângela Oliveira Melo, Décio Oliveira Melo, Naide Oliveira
Melo (in memoriam), Marina Oliveira Melo (in memoriam), Geraldo Oliveira Melo
Filho, Diná Oliveira Melo, Milena Oliveira Melo, Cristina Oliveira Melo, Diomedes
Oliveira Melo, Valéria Oliveira Melo, Daniel Oliveira Melo, Tadeu Oliveira
Melo, Marialva Oliveira Melo
Nascida numa fazenda chamada Santo Antonio, de onde, aos seis meses, foi
levada, juntamente com seus irmãos, para uma vila das redondezas da cidade,
chamada “Vila Alvorada”. Concluiu o primário na E.E. Afonso Arinos, o colegial na E.E Affonso
Roquette e o Magistério na E.E Antonio Carlos.
Aos 22 anos, casou-se com Luciano Campos Cambronio. Aos 28 anos, teve minha única filha, Camilla Carolina Campos Cambronio,
da qual se orgulha muito.
No ano de 1996 iniciou o curso de “Licenciatura Plena Em Química” pela
UEMG – FAFIPA (Faculdade de Filosofia e Letras de Patos de Minas), concluindo-o
em 2001 Fez pós-graduação em Psicopedagogia
Reeducativa em 2007 pela Corpo, Direito Educacional e
Docência do Ensino Superior pela (FINON), Faculdade do Noroeste de Minas em
Paracatu no ano de (2012). No ano de 2007, iniciou o Curso também superior, em
Licenciatura Plena em Artes Teatro (UNIMONTES/UNB) concluindo-o em 2012.
Em 2013 Oliveira Melo Cambronio aposentou-se com 25 anos de carreira de
magistério, com ensino fundamental I.
Maria Teresa escreveu sua primeira poesia, quando cursava o colegial,
inspirada por seu professor de Português, e também poeta, Lavoisier Albernaz.
Professora do primário, amante de crianças escreveu a maioria de suas
poesias pensando nelas, pois sempre levava suas produções para a sala de aula,
como suporte, para ensinar as crianças a lerem, a escreverem, e também
desenvolverem o gosto poético.Aos 35
anos, começou a lecionar Química e Física na Escola Estadual Altina de Paula
Guimarães em Paracatu. Trabalhou o ano de 2016 com física e Arte na Escola
Fazenda Riacho, em 2017 na Escola Estadual Virgílio de Melo Franco.
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Membro da diretoria do SIND-UTE, (sindicato Único Em Educação de Minas Gerais), subsede Paracatu, por vários anos. |
Maria Teresa, teve participação em três edições do livro Espelho de Papel, da Escola Estadual Julia Camargos em Paracatu, participou em duas Antologias da Literatura Paracatuense, do jovem autor “Igor Santos”. Ficou consagrada na Escola Estadual Julia Camargos, como professora e por ter dado a vida ao Hino à Escola como autora do mesmo.
Em seu histórico como estudante, com maestria, é dona de uma bagagem de vários cursos que serviram para enriquecer seu currículo como professora e escritora; Políticas públicas pela CNTE/CUT, Libras pelo promove, Pró-ciências pela SEE/UFV, Iniciação Teatral- Microtec, História do Teatro- Microtec, Pintura em Tecidos pelo SENAI, curso de Editoração Eletrônica SEE MG, dentre outros.
Em seu histórico como estudante, com maestria, é dona de uma bagagem de vários cursos que serviram para enriquecer seu currículo como professora e escritora; Políticas públicas pela CNTE/CUT, Libras pelo promove, Pró-ciências pela SEE/UFV, Iniciação Teatral- Microtec, História do Teatro- Microtec, Pintura em Tecidos pelo SENAI, curso de Editoração Eletrônica SEE MG, dentre outros.
Em 2016, Maria Teresa torna-se membro da
Academia de Letras do Noroeste de Minas, ocupando a 39ª cadeira, cujo patrono é
o paracatuense, Antonio Theodoro da Silva Neiva.
Endereço do blog da autora: http://mariateresacambronio.blogspot.com.br/
PATRONO
Antonio Theodoro da Silva Neiva
Antonio Theodoro da Silva Neiva nasceu em 18
de julho de 1916 na cidade de Paracatu, Estado de Minas Gerais, filho de Manoel
da Silva Neiva e Antonina Aquino Neiva. Estudou o primário no grupo Escolar
Afonso Arinos. O curso regular também foi concluído em Paracatu, no Colégio
Antonio Carlos. Em Goiânia, no Instituto de Educação de Goiás em 1950, sua
carreira para o magistério estava destinada.
No ano de 1933, em 15 de dezembro
Neiva diplomou-se em técnico agrícola. Especializado em Apicultura e
Sericultura, pela Escola Superior de Agricultura e Veterinária do Estado de
Minas Gerais, na cidade de Viçosa.
Em Goiânia, conseguiu ainda realizar
os cursos de Bacharelado e Licenciatura em Geografia, História na Faculdade de
Filosofia de Goiás, que hoje faz parte da Universidade Católica, e o de Direito,
na Faculdade de Direito de Goiás, atualmente pertencente à Universidade Federal
de Goiás. Concluiu o bacharelado, em 11 de
dezembro de 1953, ou seja, o Curso Jurídico, em 15 de dezembro de 1962.
Depois desse longo período no
interior de Goiás, onde exerceu a carreira de magistério, na Escola Normal
Joaquim Bonifácio, de Pires do Rio; na Escola Normal “Ricardo Campos, de
Itumbiara; no Patronato Agrícola de Rio Verde; e no Ginásio do Professor
Zacarias do Vale Monteiro, em Campo Formoso, Hoje Orizona- O professor Antonio
Theodoro da Silva Neiva fixou residência em Goiânia, a partir de 1949, quando,
a convite do Dr. Ulisses Jayme, na época secretário de Estado da Agricultura,
Indústria e Comércio, no governo de Jaime Coimbra Bueno, exerceu as funções de
Diretor da Seção de Divulgação e Estatística daquela Secretaria de Estado,
oportunidade em que fundou e fez circular O Informador Agrícola, órgão
especializado de divulgação de matéria pertinente à agricultura e pecuária, que
teve existência efêmera. Antes porém, em 1939, já havia redatoriado, em Pires
do Rio, o jornal Nossa Folha.
Logo, o professor Antonio Theodoro da
Silva Neiva exerceu o magistério em Goiânia, ministrando aulas como professor
“pró-labore” no Colégio Estadual de Goiânia, no Instituto da Educação de
Educação de Goiás, no Colégio Santa Clara de Campinas (Curso de Comércio), em
Cursos de Suficiência do Ministério Da Educação e Cultura de cujas Bancas
Examinadoras fez parte e, finalmente como professor nomeado, na Faculdade de
Filosofia da Católica, onde lecionou por 15 anos, e no Instituto de Ciências
Humanas e Letras, da Universidade Federal de Goiás, desde a sua fundação, aí se
aposentando como Professor Adjunto. Em 1969, prestou concurso para Magistratura
Vitalícia do Estado de Goiás, exercendo as funções de Juiz de Direito, nas 8ª e
11ª Zonas Judiciárias, donde foi removido para a comarca de Goiânia, em que se
aposentou, como Juiz de 1ª Entrância, depois de vários anos no exercício
irrepreensível de árdua carreira de Magistrado.
Casado com uma goiana de Santa Cruz,
Professora Diva Cavalcanti Neiva,. Antonio Theodoro é pai de três filhos e avô
de onze netos, todos goianos.
Fonte:
Livro Memória Cultural – Oliveira Mello (pág. 99, 100). Segundo o autor
Oliveira Mello, o esboço bibliográfico foi realizado pela filha de Antonio
Theodoro Da Silva Neiva, Maria Inês Neiva Pedatela, no prefácio do livro
Introdução à Antropologia Goiana.
POESIAS DE MARIA TERESA
INTRODUÇÃO
Comecei a escrever poesias aos 14
anos, em plena força da juventude. Fui fazendo uma coletânea de minhas
produções. Inspirei-me em crianças, amigos, amor, natureza, universo e em Deus.
Tudo
que escrevi em “Meus Momentos...” foi com amor, pensando que algum dia alguém
lesse minhas poesias e sentisse também esse amor, e fizessem descobertas de
seus sentimentos ocultos, despertando a emoção.
São
poesias objetivas, com linguagem de fácil entendimento para você, amigo leitor,
que ama, em todas as dimensões...
A
poesia ajuda a purificar a alma e a despertar sentimentos mais profundos.
Mãos
que ajudam
Existem
pessoas que são as mãos que ajudam
Pessoas
que falam palavras de incentivo,
Que
doam sem nada querer em troca.
Pessoas
boas e totalmente inovadoras.
Que
consideram a arte uma dádiva de Deus.
Que
doam palavras amigas e um aperto de mão.
Que
mesmo que o mundo esteja contra elas,
Nunca
deixam o espírito de ajuda desaparecer.
Mãos
que ajudam, vocês significam muito para mim.
Que
Deus seja sempre a energia universal que habita em vocês.
Agradeço
todos os gestos de inesgotáveis de servir.
Esta
é homenagem às mãos que ajudaram-me:
Luciano
Campos Cambronio (incentivo)
Camilla
Carolina Campos Cambronio (incentivo)
Lilian
Oliveira Melo (apreciação e incentivo)
Dione
Salustiano (incentivo)
Maria
Aparecida Veloso (incentivo)
Nilza
Benetti Ortelã (1a correção)
Hyarbas
Olavo Ferreira (2a correção)
Maria
aparecida Teixeira (incentivo)
Meus
amigos e parentes. (Em especial minha mãe Maria José)
O Sítio
Encantado
O
sitio encantado,
É
o sítio do seu Lobato.
Lá tem pássaros mágicos enfeitados,
Saci-pererê
e Cuca. É fato!
O
sítio encantado
É
o Sitio do Pica Pau Amarelo
Lá
tem Visconde e boneca falante!
Está nas estórias de seu Lobato!
O
sítio encantado
É
o sítio de dona Benta.
Comida
farta pra todo lado!
Biscoitos
e doces, no gosto
Da
tia Nastácia e na poesia que nos embala.
O
sítio encantado
Está
na alma de quem ainda é criança.
Está
eco da risada de tio Barnabé,
No
Sabugo que ri e dança,
Está
no sonho de uma criança.
Maria José
Mãe gloriosa
afagou nos seios
Seis cravos e nove rosas.
inspiração de minha vida...
Mãe amorosa, mãe carinhosa.
Jamais sentiu cansaço ao carregar
quinze vidas
No ventre, manjedoura calorosa.
serena mãe adorada, como Maria
és coroada! Amo-te mãezinha!
Sete Dádivas
Sete cavalheiros vieram amparar Teresa
Daniel com um troféu.
Tadeu pediu a Deus luz para Teresa. Que beleza!
Sete
cavalheiros vieram amparar Teresa
Diomedes
deu lhe rosas.
Geraldo
deu lhe amizade. Que beleza!
Sete cavalheiros vieram amparar Teresa.
Décio
ensinou-lhe o silêncio...
Adalberto
deu-lhe exemplo.
O
seu pai deu-lhe a vida. Que beleza!
Nosso país
Brasil
O
Brasil,
País
de Cabral,
Dos
negros, índios, portugueses, italianos, japoneses e outros mais.
Das
festas de carnaval.
Oswaldo
Cruz, também do Lampião.
Manto
sagrado de quem trabalha.
Lugar
onde há muito amor, por outro lado; tem
Desamor
Frio
Fome
Poluição
Desolação.
Mas
mesmo assim
Tenho
o orgulho de dizer que amo.
Louco Amor
Como
viajamos, através do pensamento!
A
cada momento que passa, vivo a lembrança de
Alguém
que partiu, sem dizer adeus.
Que
loucura!
Somos
os loucos poetas, a sonhar.
Sonho
ou loucura?
Louco
amor, a doçura de uma pétala de rosa,
Cheiro,
gosto de amor...
Veneno
que escraviza, corrente que aperta,
Nó
que não desata...
Somos
loucos poetas, a sonhar.
Sonho
ou loucura?
Que
belos sonhos, os meus:
Alguém
que tanto me feriu, que só mentiu, deixando-me em êxtase,
Quase
em letargia.
Somos,
realmente, escravos selados, sonhando...
Sonho
ou loucura,
Loucura ou sonho?
O que levaria o poeta à
beleza da flor, no mundo do amor?
Como
fazê-lo, se ainda está em um mundo ocioso?
Feriu
o amor sentimento mais profundo de um
Desvairado
sonhador.
Sou
prazer distante...
Louco
amor!
Amor Platônico
Como
é estranho viver um amor impossível,
Amor
verdadeiro... Puro e eterno...
Amor
que posso pegar, mas tenho medo de que não exista.
Que
conheci um dia, lutei, mas não pude deixar de amar!
Procuro,
nos tempos do tempo, este amor platônico.
Dia
a dia perco um pedaço de mim, por você.
Rodarei
o mundo, para encontrá-lo...
Não
suportaria, se um dia deixasse de adorá-lo.
Continuo,
de noite, a perfilar, mas não sei onde esse amor está.
Amor
platônico! Sofro a felicidade de ainda amar...
É cruel
É
doloroso o prazer de sentir-te longe de mim.
A
humana natureza, fantasiada, enquanto a realidade
É
tão bonita!
É
bom amar-te. É bom!
Além
do amor que sinto, somente recordações perturbam meu peito.
Lembro-me
de teu sorriso, como se fosse um raio que corta e dilacera.
Daria
tudo para ter-te de novo em meus braços.
Dor não sinto mais.
Somente
um vazio total invade meu coração.
Mesmo
assim, continuo amando-te.
Esse
amor cruel...
A Dádiva é Sonhar
A
aspiração após o sonhar é uma serena verdade.
Quando
sonho, tudo é leve e desperta, em mim, o belo.
No
sonhar, eu quero teu amor, eterno cavalheiro
Solitário.
A vida é sonhar... sonhar...
Sonhar!
Eu
tenho o privilégio de poder sonhar contigo, todas
As
noites, ao dormir.
A
vida é sonhar...
Sonhar...
O Sol...
Solta
o Sol,
Deixa-o
cair!
Sol
que cura, raios
Que
vêm, amém!
Que
Sol atrevido!
Que
bola ardente!
Que
longa história,
De
um louco varrido.
Avesso
ao mar, alegre ele vai.
Que
bola! Redonda!
Que
louco assanhado!
Que
bola atrevida, os raios amém!
Confusão
Confusa...
Sei
que estou há mil léguas de distância
Do
desejado eterno amor.
Sinto
um pouco de frio, quando a noite
Cai
e vejo que você não vem.
Não
vem...
Confusa...
Pergunto
como alguém pôde mudar tanto o
Modo
de viver de outro alguém?
Sinto
o encantar de sua masculinidade
Em
minha vida.
Em
meu ser...
Confusa
...
Aqui,
você não voltou, e sinto-me inútil e cansada.
Sempre
essa confusão, amando ilusão.
Ilusão!
Sementes
As
mais belas sementes, criadas por Deus, estão:
Nas
belezas dos corações,
Na
humildade, na doação, na simplicidade,
Na
amplitude e no esplendor do amor.
As
mais belas sementes criadas por Deus estão
Na
maravilha de almas que povoam e amam.
Que
submergem dum mar de paz, e povoam a Terra.
Na
suavidade da música de amor.
São
sementes de amizade que brotam em lugar seco,
Não
negam raízes nem caule nem flor...
Doam
sombras, arrego, sossego, doçura de apenas ser aconchego.
São
simplesmente sementes nascidas do amor.
O ENIGMA
Como
uma canção que soa ao vento,
Ouço
a cantiga enrouquecida de um galo.
De
longe, avisto a paisagem patética, como um vão.
É
como se alguma coisa parasse no tempo.
Uma
estrada pedregulhada eu avisto, e caminho sem parar, sem nada ver.
Aquela
paisagem vai chegando ou eu...
Que
chego com ela?
Um
cachorro magro me late. Em pouco,
A
vista me parece escura, o enigma continua.
Chegarei
ali, um dia? Talvez, um dia!
Um dia...Natureza
Conheço-te, Natureza...
Tuas
flores, tuas noites, o cantar dos humildes passarinhos.
Que
lindo seria se... flores pudessem falar!
Porque
é fonte de luz e certeza, te conheço.
Eu
te conheço pelas estrelas reluzentes,
Pelo
vento, pelo canto dos minúsculos passarinhos, pelas abelhas que fazem o mel com
tanta certeza...
Mas
nós há uma grande diferença: Tu amas em silêncio, porque não podes falar, e eu
tenho como gritar e tenho vergonha de fazê-lo,
Sei
lá...
Jesus
Jesus,
para mim, é uma abelha,
Porque
é dela que as criancinhas recebem o mel.
Cristo
é noite, porque o anoitecer é lindo!
Cristo é amor, e ninguém vive sem Ele.
Cristo
é minha vida,
Minha
estrela, meu ser...
Garoto Genial
Ele
é o garoto louro, dos olhos
Azuis,
da cor do mar.
Garoto
que, sem vestimenta, com sua graça,
Mastiga
chicles, na ponta do céu.
Ele,
que dobra esquina, que dá uma piscadela, pra
Cinderela.
Garoto
que dá cambalhotas, que rodopia no
Ar,
como um beija-flor.
Ele,
menino sapeca, que brinca com a boca, olhar
Sensual...
Garoto
que fala de gente, com cara de crente,
Não
troca um amigo por nada no mundo.
(Esta poesia foi escrita em 1978, em
homenagem a um colega de escola, chamado Dilmar Batista de Oliveira).
Zumbi de Palmares
Durante as invasões
holandesas,
Muito
longe das fazendas,
Foi-se
formando um lugar que
Se
chamava Quilombo.
Lugar
de foragidos,
Negros
e escravos.
O
mais famoso Quilombo,
Lá
na Serra da Barriga,
No
Estado de Alagoas,
Tinha
o nome de Palmares,
Devido
às muitas palmeiras,
Naturais
daqueles ares.
O
primeiro rei dos negros
Tinha
por nome Gangazuma.
Morava
em grande palácio,
Cercado
por um grande exército.
Mesmo
assim, não resistiu,
Morrendo
logo, em combate.
Com
a morte de Gangazuma,
Zumbi tornou-se rei:
Negro
forte e valente,
Fez
a terra progredir.
Ele
tinha um grande sonho:
Ver
o Brasil ser do negro.
Mandaram,
lá de São Paulo,
Domingos
Jorge Velho,
Bandeirante
garboso e firme,
Frente
a um enorme exército.
Conseguiu
derrubar Palmares.
Zumbi não quis se
entregar.
Subiu
no alto de uma montanha,
Atirando-se
num despenhadeiro.
Queria um país verdadeiro,
Esse
nobre e fiel guerreiro.
Acabou-se
a nação de Palmares.
E
Deus deve ter dado a Zumbi
Um
exército de anjos, no céu,
Para fazer um escarcéu
Contra o preconceito
racial.
A Pena Do Louro Velho
Camila Carolina, mocinha da cidade,
Ao
passear numa florida fazenda,
Encontrou
uma pena colorida.
Divertida!
De cores sortidas.
Era
a pena do velho louro,
Que
ficava no alto da mangueira,
Com
os olhinhos arregalados,
Fazendo
a sentinela.
A
menina é criativa!
Para
homenagear a natureza,
Mandou
fazer um brinco,
Da
pena do papagaio.
Na
primavera, lá vai
Camilla Carolina, ao baile,
De
vestido vermelho
E
natureza na orelha,
Toda
graciosa e bela!
Ser Artista
Aquele
que usa seu talento artístico para ajudar a criar novos artistas mostra suas
obras aos homens e, especialmente, a Deus.
Ser
artista é calçar sapatilhas e dançar o balé da vida.
É
desenhar um belo jardim.
Cantar
canções e emoções.
Dançar
samba no pé.
Representar
ao mundo uma peça...
Pintar
num quadro uma floresta encantada.
Que
festa!
Jogar
capoeira, num leve mortal,
Transformando...
Levitando...
É
escrever um livro em que caibam todas as obras de arte.
Paracatu
Terra
amada e hospitaleira,
Onde
repousam os mais belos colibris.
A
serra da Boa Vista
Abre
as vistas a ela,
Cidade
cantada por Afonso Arinos,
Oliveira
Melo, Lavoisier Albernaz,
Aparecida
Teixeira e muitos mais.
Terra
varrida pelos escravos,
Em
busca do ouro que brilha.
Aqui
se fez muita história.
Aqui
se faz muita glória.
Tem
pequi, jatobá, murici e ingá.
No
canto dos bem-te–vis,
Há
alegria e poesia.
No
sossego das fazendas,
No
molejo das morenas
E
no gosto da cachaça
Fazem
belas serenatas.
Paracatu..
De tudo um pouco
Olho
para o céu.
Vejo
o brilho das estrelas.
Comparo-o:
Com
prata e pedras preciosas.
Na
terra, tão verdejante, contemplo
Nossas
matas.
O
verde é a esperança, sorriso de criança,
Espelho,
conselho, ovelha, cabra, onça, templo,
Exemplo...
Na
praça, moleque atrevido.
Trepa
nas bravas árvores,
Dobra
redobra, quebra requebra.
Bloco,
floco, atleta, ciclista, preguiça!
Livra
sua cabeça de uma grande pedra.
Na
calçada, um homem magro
Grita
uma promoção de loja.
Vê
vidraça quebrada,
Tateia
o queixo, brinca pela brecha,
Com a brocha, com bravura, com graça.
Gralhas,
gaviões, gaivotas, girafas,
Dragões
engaiolados.
Tudo
estranho, mas ganho broncas,
Arrancos,
arranhos, tranques.
Claro!
Declaro: é caro!
Preciso
de palavras pra dizer
Que
tenho sonho de viver, com prazer,
Nesta
terra, sem problemas.
Pronta para escrever uma nova história.
Melhora,
palavras, dentro, promessa, vira revira e vai...
O Dil que é o mar
O
vento me trás de volta você...
Você,
sempre você.
Seu
perfume chega com o tempo...
Por
que nunca passa essa saudade?
Do
Dil, que é o mar; o mar, que é você.
Você,
sempre você. A flor me lembra perfume,
Ela
me lembra você.
Quando
você virá? O Dil, que é o mar?
O
mar, que é você?
Uma margarida
Uma
margarida, na vida.
Pétalas
brancas e regulares.
Anete,
Carla, Joana, Camile,
Gorete,
Márcia, Luana, Jamile.
Uma
flor singela. Tão Bela!
Pétalas
francas e singulares.
Teresa,
Ângela, Marina, Flávia, Milena,
Karina,
Elena, Eleuza, Vângela.
Deusas
misteriosas! Vai entendê-las...
Pétalas amarelas, singelas.
Vitória, Valéria, Cristina, Anita, Luíza.
Uma
margarida, na vida, imita a mulher.
É
brisa, é vento, é tempestade...Tempestades de amor, um raio que corta.
Andréia,
Diná, Marialva, Naide, Amélia.
Rita
é naipe, é paz, é louvor.
Uma
flor! Somente uma margarida!
Pétalas
francas e singulares.
É
Maria José!
ACRÓSTICO
Nada é mais belo!
Apenas zelo...
Tanto conforto...
reflito.
Universalmente
infinito.
Regatos, riachos e
meus sonhos.
Esmero! Relento...
Estou atento.
Ziguezagueando!
Aleluias e panapanãs
coloridos são reflexos da vida.
Sou tua estrela
Sou tua estrela.
Siga
meus sonhos:
Só
eu te amo.
Como
seria?
Se
visses, na rua,
O
amor que é lua?
Quase
sem cheiro,
Por
esses caminhos
E
pelo passeio,
Só
eu existo.
Sou
tua estrela.
Dize meu nome:
Só
eu te amo.
Como
seria?
Se
pegasses em minhas mãos,
E
sentisses as minhas linhas?
Quase
sem tato,
Pega
o retrato.
Dou
meu recado:
Sou
tua estrela,
Dize
meu nome:
Só
eu te amo.
As árvores
Tão
floridas, tão frondosas...
Como
nuvens, como sorvetes,
As
árvores, verdes.
Tão floridas, tão frondosas...
Como
véu, como o céu.
As
árvores, no leito, fogosas.
Tão
floridas, tão frondosas...
Como
mel, no favo, é lindo!
As árvores, os ninhos dos passarinhos.
Borboletas
São
tantas...
Amarelas,
azuis,
Num
bloco que reluz.
Num
vai e vem sem fim.
Pairam
pelo jardim.
São
pretas, roxas e velozes.
Atrozes...
Num
vai e vem sem fim,
Pairam
pelo jardim.
São
alaranjadas, rajadas, afiadas,
Enfileiradas...
Num
vai e vem sem fim,
Pairam pelo jardim.
Camilla Carolina
Deus, na Sua majestosa
sabedoria,
Trouxe
ela, Camilla Carolina,
Como
uma bela canção de amor.
Ainda
é primavera!
As
flores pingam o orvalho.
Lá
vem ela!
Camilla
Carolina. Tão singela!
Doce
menina, como a menina
Dos
meus olhos.
O
vento abre alas pra ela,
Pequenina Camilla Carolina.
Como um cristal, na
organização
Das
moléculas!
Lá
vem ela, Camilla Carolina, leal, real.
Ainda
é primavera!
O
amor nos trouxe ela.
Camilla
Carolina é como Cora Coralina,
É
deveras oração...
Louvado
seja Deus
Louvado
seja Deus, pelas estrelas do universo.
Pelo
céu imenso, azul.
Pelo
gorjeio dos pequeninos passarinhos, num concerto sem fim...
Pelas
flores das gramíneas, pelas flores dos rochedos, pelas flores das campinas.
Louvado
seja Deus, pela fonte que corre para o mar.
Pela
criança que se amamenta, lutando pela vida.
Pelos
insetos que permeiam o mundo, formando o ciclo da vida,
Na
cadeia alimentar.
Louvado
seja Deus, pela água que mata a sede...
Pela
oração que alimenta a alma.
Pelo
vento que sopra, ligeiro ou lento,
Levando
sementes que brotam a vida.
Louvado
seja Deus, pelas árvores que crescem, belas e frondosas.
Pelos
albergues, que abrigam os peregrinos.
Pela
música, que podemos ouvir.
Pelo
trabalho, que sustenta o pão, pelo ar que respiramos,
Pela
paz e pela luz.
Louvado
seja Deus, pela liberdade da palavra...
Pelos
pais, irmãos, pelos amigos e pelos filhos.
Pelo
aroma que sentimos.
Pelos
frutos, nos pomares.
Pela vida, vida nossa, vida deles, vida
minha...
Maria Teresa Oliveira Melo Cambronio (Livro
Meus Momentos- 2007)
Isabela
Tão
magricela!
Não
gosta de berinjela, não gosta de pimentão.
Mas
adora chupar limão.
Isabela
menina bela!
Brinca
sozinha, encolhidinha,
Olhando
a Lua numa bolha de sabão.
Isabela
vai a janela!
Olhar
pra rua olhar pra lua.
Quer
ser livre como uma pluma.
Isabela,
morena cor de canela!
Come
o que gosta, brinca com a Lua
Sonha
com a liberdade na passarela.
Vejo Você
Luz
do meu caminho, humilde cavalheiro
Amável
companheiro, simplesmente meu amor!
Amor
deveras! Para ti todo afeto!
Sempre
lembrarei de ti assim:
Como
o sol brilha no céu, como a lua ilumina a noite.
Acalma
tempestade com beijos, meu grande amor!
Para
ti todo afeto!
Vejo
você como a imensidão do mar,
Como
um raio de luz, humilde cavalheiro.
Para
ti todo afeto!
Minha Avó
Minha avozinha do coração
Que saudades dos teus
carinhos
Quando
me colocava no colo e
Contava
histórias lá do capão.
Fazia
versos aveludados.
Na
cozinha inventava tanta comida gostosa!
Ia
sempre ao quintal e voltava com as mãos cheias de frutas
Para
nossa fome matar.
Ah!
Que saudades da avozinha amada!
Que
Deus hoje embala em seus poderosos braços.
Avó
que inventava canções e as
Cantava
pra eu dormir...
A boneca
A
boneca dos meus sonhos,
Não
é aquela que ficou na vitrine.
Mas
aquela que ficou na lembrança...
Aquela
que um dia alguém colheu.
A
boneca dos meus sonhos não é de vidro,
Tampouco
de pano, também não é de plástico.
Já
foi vida, alguém colheu...
A
boneca dos meus sonhos me deu prazer ao brincar
Fez-me
companhia por alguns momentos...
A
bonequinha do pé de milho que com lágrimas nos
Olhos
virou farinha, virou canjica, virou lembrança!
Ela
ainda faz parte da minha memória e está
Na
infância de outras muitas menininhas!
Já
foi vida, alguém colheu...
Choro Sem Lágrimas
Um
homem sem a água
É
um homem seco, desidratado
É
um homem sem sentido
Um
mar sem peixes...
Um
homem sem a água,
É
uma folha sem cor
É
um céu sem nuvens.
É
a poesia da fonte e a flor; sem fonte...
Um
homem sem a água
É
um homem destruído!
É
um homem bem sofrido!
É um choro sem lágrimas.
Um
homem sem a água
É
um homem sem valor
É
um homem sem ar
Uma
floresta com dor...
Alvoroço No
Formigueiro
Estava
acontecendo algo estranho no formigueiro.
Um
entra e sai um sai e entra...
Uma
formiga onça,
Entra
mandona e zombeteira no buraco das
Formiguinhas
corredeiras.
Em
pouco tempo a intrusa foi enxotada e
Exportada.
Estava
acontecendo algo estranho no formigueiro.
Um
sai e entra um entra e sai...
Um
marimbondo. O bicho mau,
Entra
empurrando entra ferrando!
Daí
a pouco o insolente foi carregado foi retirado.
Onde
já se viu um marimbondo procurar confusão
No
reino das corredeiras?
Daqui
a pouco vem a abelha, o bem-te-vi, o elefante...
Procurar
sabe-se lá, o que!
Frutas Uai
Ana
adora banana.
Ascensão
faz doce de melão.
Carola
faz licor de acerola, de carambola e de graviola.
Deni
saboreia um caqui.
Diná
escolhe um cajá.
Amanda
descasca uma manga.
Carolina
prefere tangerina.
Vera
come pêra. É uma fera!
Uai
e os homens?
Tarzan
é louco por maçã!
Adão
chupa um limão.
João
come bolo de Jamelão.
Valdeci
toma sorvete de sapoti com açaí.
Saú
se lambuza com umbu.
Amauri
se perde por pequi e murici.
Nicolau
pede um cacau.
Pra
Clarindo só sobrou tamarindo
Tem
mais?
Não!
È só isso uai!
Os pintinhos
Nasceu
tão lindinho
O
pintinho amarelinho
As
penas tão fofinhas...
Que
gracinha do bichinho!
Nasceu
tão lindinho
O
pintinho pretinho
As
penas tão brilhantes
Que
graciosidade do pintainho!
Nasceu
tão lindinho
O
pintinho pedrês
As
penas tão coloridas
Um
bichinho tão faminto!
Traz
o milho meninada!
As Abelhas
Em blocos abrem e
fecham
Caem,
levantam. Sobem e descem.
Em
blocos se juntam, separam
Rejuntam,
conspiram, expiram
Flutuam,
amontoam-se e criam.
Em
blocos elas constroem, produzem o mel.
As
abelhas, contentes, acesas, coesas
Abraçam,
refazem, destacam, debatem.
Em
blocos perfazem, perplexas, concisas,
Ativas,
amigas, concretas!
Zumum zumum zumum zumum zumumumum...
Ainda existo
Nem
mesmo a distância
Apaga
a dor que sinto por ter perdido você
A
boca do vento faz pranto o meu ser
A
dor que esmaga espera o meu fim.
Lembre
que existo amor de marfim.
Brilho
das estrelas está nos confins
Lágrimas
pra sempre fará parte de mim.
Nem
mesmo a distância
Afasta
o de mim
Ainda
existo meu bom querubim.
A Fazenda
Sentada
à beira do barranco
Sinto
a brisa mansa tocar meu rosto
Refaço
pedaços de minha alma
Tomada
pelo cansaço.
Ouço
um murmúrio na mata...
Deito-me
e deixo um vento doce
Tatear
meu corpo.
Ouço
um canto de um pássaro raro
E
saboreio os detalhes das notas tristes.
Levanto-me
vejo as copas das arvores
Juntas
querendo tampar o riacho.
Flores
dançando ao vento é acalento.
Estou
na fazenda.
Aqui
não se inventa, o sol
Arrebenta
a brilhar!
Abraços
selados, arrebóis encantados
Dando
margem a um sonho, virar realidade...
Águas
que falam, palavras que embalam...
Socorro!
Sou
criança, gosto de bater uma bola.
Preciso
ir à escola.
Estou
muito cansado, meus dedos estão calejados.
Façam valer meus direitos!
Sou
criança, quero brincar de boneca
Adoro
jogar peteca...
Não
quero estar nas lavouras nem nas pedreiras.
Façam
valer meus direitos!
Sou
criança, quero balançar numa rede, ouvir canções de ninar.
Quero
crescer pra vencer.
Não
quero ser violentado estar em lixões nem no corte canas.
Façam
valer meus direitos!
Sou
criança, quero crescer na esperança de que;
Vão
assegurar meu futuro, preservando minha infância,
Com
atividades educativas, culturais e esportivas.
Façam
valer meus direitos!
Ouça me, professora
Meus
olhos não têm luz,
Mas tenho
os teus olhos para enxergar comigo.
Posso
sentir ainda tuas lágrimas de alegria quando
Escrevi
e li as primeiras palavras em braile.
Não
escuto com meus ouvidos...
Tenho
os teus para ouvir por mim.
Posso
ler teus lábios me ensinando
Como
escrever para a vida...
Sou
o ébano e o marfim,
Você
sempre me vê como um arco-íris
Dentro
de uma gota de orvalho.
Posso
sentir teu calor, teu carinho...
Sou
um diamante a ter lapidado,
Preciso
muito do teu motivar.
Dizem
que algumas estrelas se apagam
E
outras se acendem.
Você,
professora amada, será sempre
Uma estrela acesa em minha lembrança.
(Maria Teresa Oliveira Melo
Cambronio- Meus Momentos- Editora Paracatu 2007)
A Vela
Humanidade sempre
tenha fé e confiem em mim que tudo farei.
Amem uns aos outros.
Tenham paciência para
amar, porque não é a tarefa mais fácil.
A tarefa requer ouvir
mais, confiar mais, quebrar barreiras para depois,
Alçar vôos.
Seja sábio ao amar
seu irmão!
“Orai e vigiai”.
Vigiar sempre vos
mostrarão situações de perigo.
A oração vos ajuda a
superar as dificuldades, que por ventura poderão passar.
Amem, orem e vigiem.
Estarei sempre
contigo!
Sobrenome
Há
quem não gosta do sobrenome
Heloísa
é um caso sério.
Menina
meiga sorriso largo!
Olhos
pretos como jabuticaba madura
Cabelos
que fazem ondas no espelho!
A
Heloísa é uma menina prosa.
Heloísa
PANTA Barbosa
Não
gosta do sobrenome!
PANTA
rima com canta com encanta.
Há
quem não gosta do sobrenome
Heloísa,
entre toda Heloísa,
Senta
ao vento, ao relento.
É
PANTA é santa.
PANTA
Barbosa tem cheiro de rosa.
Heloísa
é uma menina prosa!
(Poesia
escrita para homenagear minha aluna Heloísa Panta Barbosa)
Mamãe
Deus prolongue seus dias aqui na Terra.
Nada
poderá pagar o que fizeste por mim nesta vida.
Seus
doces beijos, seu terno olhar.
Deus
proteja seus dias aqui na Terra.
Cada
noite de sono perdida, cada dia de dor e de tristeza,
Sejam
devolvidas em glória, mamãe querida!
Deus
ilumine seus dias aqui na Terra.
Cada
passo seu seja abençoado!
É
lindo sentir até hoje, o ressoar suave de suas cantigas de ninar.
Que
Deus realiza seus sonhos, minha amada mãe.
Que
nenhum deles sejam interrompidos!
Viva-os!
Você é para mim a melhor mãe que existe.