terça-feira, 27 de março de 2018

POSSE DE MÁRCIO SANTOS


Na noite de 23 de março, tomou posse na Academia de Letras do Noroeste de Minas o professor Márcio José dos Santos, que assim assumiu a Cadeira 38, cujo patrono é o distinto médico paracatuense Dr. Joaquim de Moraes Brochado. O evento contou com a participação de membros da Academia, da Superintendente de Ensino Núbia André, do vereador Pedro Adjuto, familiares do homenageado Joaquim Brochado, familiares, amigos e ex-alunos do professor Márcio.

O acadêmico Tarzan Leão de Castro dirigiu o cerimonial do evento.

Presidindo a Mesa, a acadêmica Helen Ulhoa Pimentel, presidente da ALNM, discursou aos presentes.

O acadêmico Florival Ferreira fez a saudação ao recipiendário Márcio Santos.
Em sua saudação ao professor Márcio, Florival leu sua biografia, destacando sua origem familiar, as etapas de sua formação educacional e vida profissional até a chegada em Paracatu, no ano de 1987. Destacou também sua atuação na área educacional como criador, ao lado da professora Walderez, do Colégio Soma e da Faculdade Tecsoma. Foram citadas suas produções científicas e literárias do professor, terminando com a leitura de uma crônica de sua autoria.

Para ver a saudação de Florival Ferreira CLIQUE AQUI.
Para ver a crônica de Márcio Santos CLIQUE AQUI.

No discurso em homenagem ao Dr. Joaquim Brochado, Márcio traçou seu perfil de médico e chefe político local e sua importância para os habitantes de toda a Região Noroeste de Minas, quando, no início do século pássaro, era praticamente o único médico, deslocando-se a pé ou a cavalo para atender as pessoas em locais remotos. Lembrou seus feitos e a admiração e respeito carinhoso que conquistou das pessoas de todas as classes sociais.

"Quando me foi destinada a obrigação de pronunciar um discurso de saudação ao Dr. Joaquim de Moraes Brochado, patrono da Cadeira 38 desta Academia, fiquei preso de um respeito temeroso, por se tratar de alguém que foi, durante décadas, uma das pessoas eminentes de Paracatu, patriarca de uma família de renome.
Por outro lado, também compreendi que não poderia fazer uma saudação neste ambiente, onde a grande maioria dos presentes tem aqui raízes familiares, com relações de parentesco intrincadas, sem que eu me apaixonasse pela figura histórica de Joaquim Brochado. Porém, ao iniciar a pesquisa para discorrer sobre essa figura, fiquei desapontado com os escassos registros, incompatíveis com seu vulto notável na época em que viveu.
Mas foi como uma espécie de reação ao desaparecimento da memória do passado histórico de Paracatu, que cresceu meu interesse pelas pessoas deste lugar. A pesquisa me levou até Unaí, terra de nascimento de Joaquim Brochado, e lá também pude ver o desaparecimento da história daquela cidade, ainda tão jovem.
Parêntese: estamos assistindo não apenas a destruição da paisagem, da vegetação, da água, mas também dos valores intangíveis, comunitários, identitários. É como se viesse um trator nivelando tudo, aterrando tudo, cortando morros e deixando uma paisagem de finitude, como se todo o passado fosse apenas descartável).
A primeira pergunta que me fiz, e que talvez esteve na cabeça de outros, foi: “Por que Joaquim de Moraes Brochado, que não produziu uma única obra literária, de qualquer gênero, é patrono de uma cadeira na Academia de Letras do Noroeste de Minas?” A resposta a esta pergunta surgiu quando compreendi, de maneira bem clara, o papel desta Academia na preservação da memória histórica da Região Noroeste de Minas; quando compreendi que o patrimônio material, que todos admiramos, só tem sentido se o vemos como produto das pessoas que aqui habitaram e imprimiram a ele as marcas de suas vidas."

Para ver a biografia do Dr. Joaquim Brochado CLIQUE AQUI.

A figura humana do homenageado foi também desenhada pela acadêmica Benedita Costa, com suas lembranças bem nítidas do carinho que ele dispensava a sua família, ao tempo em que seu pai era empregado do Dr. Joaquim, o homem mais poderoso de Paracatu.

Para ver o discurso da acadêmica Benedita Costa CLIQUE AQUI.

Produzido especialmente para este evento de posse, o professor Márcio distribuiu e autografou o livreto “Joaquim de Moraes Brochado”, onde recolheu a memória esparsa desta figura ilustre. 

Contra-capa e capa do livreto "Joaquim de Moraes Brochado".
"Minha intenção também é divulgá-lo nas escolas de Paracatu e Unaí, para que nossos educandos tenham consciência de seu legado. Desta maneira, também colaboro com o cumprimento do papel da Academia de Letras, responsável, ao lado de outras instituições, pela preservação do nosso patrimônio histórico. A Academia tem um papel de resgate do passado e de resistência à destruição do seu legado.

Vários escritores e poetas que têm assento nesta Academia de Letras – aqui entre nós estão alguns deles - têm desempenhado o papel de guardadores da memória de Paracatu e região. São dignos de carinho, respeito e admiração porque suas produções retratam a gente, a história, a cultura e a arte das pessoas que aqui viveram e vivem.
Acredito que outros confrades que guardam um acervo de material já escrito, mas não publicado, se animarão a ofertar sua memória e criatividade à nossa sociedade. Caro Florival, por que você está esperando levar ao palco sua peça teatral, se você tem ao lado sua esposa Ruth? A imortalidade será ficção acadêmica se você não publicar sua produção literária e levar ao palco sua peça teatral guardada no baú.
Para finalizar esta Saudação ao Patrono, afirmo que não quis me comportar como alguém que apenas lê uma resumida história, um voyeur que olha o passado com indiferença, despido de emoção. Ao buscar o passado registrado, apreendê-lo e compreendê-lo, eu o fiz como educador. O ato de educar é um ato de amor, na sua verdadeira acepção: dar sem esperar receber em troca, entender, compreender e participar da perspectiva do outro. Por isso, passei a ver o Dr. Joaquim Brochado com muito amor!
Conhecer o patrono me levou a conhecer melhor Paracatu, meu lugar de coração. Ocupo com muita honra a Cadeira 38 da Academia de Letras do Noroeste de Minas, patroneada por Joaquim de Moraes Brochado, cidadão honrado, chefe político respeitado, médico deste sertão."

A Mesa, composta por Pedro Adjuto (vereador, representante da família Brochado), Núbia André (Superintendente de Ensino, Márcio Santos, Helen Pimentel, Florival Ferreira e Benedita dos Reis Costa.
Lucilaine e Keli, secretárias administrativas, são as pessoas que garantem o sucesso dos eventos da Academia de Letras.

A cerimônia foi realizada no pátio da Academia de Letras.
A Secretária da Academia, Benedita dos Reis Costa, leu emocionante depoimento sobre o Dr. Joaquim Brochado, a quem sua família se ligou por laços de amizade.
Os acadêmicos presentes ao evento (da esquerda para a direita): Marcos Spagnuolo, Lavoisier Albernaz, Palmo Bianchi, Helen Pimentel, Márcio Santos, Maria José "Zequinha", Benedita Costa, Tarzan de Castro, Maria Teresa Cambrônio e Florival Ferreira.
Ex-alunos de geologia da FINOM compareceram para prestigiar o prof. Márcio. Da esq. para a direita, Márcia, Augusto, Márcio, Raniele, Luiz Antônio e filho, Jeferson.
Familiares do prof Márcio (da esq. para a direita): Ivan , Adriana e Giselle (enteados); Anamaria Xavier (namorada); Mateus Costa (cunhado), Ana Maria (irmã) e Naiara (sobrinha).
Anamaria Xavier (namorada) e Márcio Santos.
O prof. Márcio recebe os cumprimentos do vereador Pedro Adjuto, bisneto do Dr. Joaquim Brochado.
Distribuição de autógrafos no livreto "Joaquim de Moraes Brochado": acadêmico Lavoisier Albernaz, Ferrer e Fernando (sobrinho do autor).
O engenheiro Max Ulhoa conversa com o acadêmico Lavoisier, durante a seção de autógrafos.
A jornalista Uldicéia Kaiowá, do jornal O Lábaro, posa ao lado do prof. Márcio.

Em primeiro plano e de costas, à esquerda e à direita, o casal Édina Sueli e Cirano Brochado (neto de Joaquim Brochado); ao centro, Lilia (nora de Joaquim Brochado) em conversa com Anamaria Xavier e Márcio Santos, em segundo plano.

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